Brasil é parceiro confiável para o mundo em segurança alimentar e energética, diz Tarcísio
4 de julho de 2025, 11h49
Em meio ao ambiente global de incertezas, o mundo vai precisar de parceiros confiáveis para segurança alimentar e energética. O Brasil deve estar disponível nesse sentido. Foi o que defendeu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante palestra de abertura do terceiro dia do XIII Fórum de Lisboa, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).

O governador Tarcísio de Freitas, o almirante Henrique Gouveia e Melo e o ex-ministro Raul Jungmann
Segundo ele, o Brasil precisa aproveitar esse cenário e transformá-lo em oportunidades, “para nos fortalecer e aproveitar um campo que está se abrindo para nós, no que diz respeito à transição energética, à segurança alimentar e à economia do conhecimento”.
A ideia é “surfar um pouco nessa onda e aproveitar essas janelas que estão se abrindo”.
Na mesma ocasião, Tarcísio enumerou os prós e contras do alinhamento do Brasil com os países do chamado Sul Global. Por um lado, isso significa se alinhar a países que hoje têm a maior população mundial e já representam quase 50% da economia global — “uma relevância maior que a dos países do G7” nesses aspectos.
Por outro lado, os países do Sul Global, segundo o governador, “têm uma grande fragilidade democrática” e “de governança”. Eles se afastam de algumas práticas preconizadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Isso pode afastar o Brasil dos maiores investidores e mercados, o que, na sua visão, é extremamente perigoso: “É como se tivéssemos um estoque de capital gigantesco pra competir e restringíssemos nossas possibilidades a uma parcela muito ínfima desse capital”
Também participou da palestra de abertura o almirante Henrique Gouveia e Melo, da Marinha portuguesa, ex-chefe do Estado Maior da Armada. Ele apontou que “antigamente o mundo estava dividido em ideologias políticas e econômicas. Hoje só está dividido em autocracias e democracias”.
O painel foi moderado por Raul Jungmann, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração e ex-ministro de diversas pastas nos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB).
Ele destacou a “perda de efetividade da governança global e do multilateralismo”, o que é demonstrado pela perda de expressão de órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU), seu Conselho de Segurança e a Organização Mundial do Comércio (OMC). Para ele, isso representa “uma era de crescente desordem no plano global”.
Outros fatores conjunturais no mundo apontados por Jungmann foram a “ampliação dos conflitos mundo afora” — 2024 foi o ano de mais conflitos nos últimos 70 anos, com um total de 61 envolvendo 33 nações — e o “processo de rearmamento”, já que no último ano foram gastos R$ 4,3 trilhões em defesa no planeta.
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