Justiça para os aposentados

AGU envia ao STF proposta para ressarcir vítimas de fraude no INSS

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2 de julho de 2025, 19h54

A Advocacia-Geral da União enviou nesta quarta-feira (2/7) ao Supremo Tribunal Federal um acordo interinstitucional de conciliação para ressarcir os prejudicados pelos descontos indevidos nas aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) promovidos por entidades sindicais.

Juiz aplicou Lei no 8.213/91 para reconhecer que INSS não tinha mais direito a cobrar valores pagos indevidamente de aposentado

Se o STF homologar o plano da AGU, pagamento poderá começar neste mês

O documento foi assinado também pelo Ministério da Previdência Social; pela Defensoria Pública da União; pelo Ministério Público Federal; e pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

Caberá ao STF decidir se homologará a proposta da AGU. Segundo o plano, aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos entre março de 2020 e março de 2025 serão ressarcidos administrativamente, desde que façam a adesão ao pacto.

Ainda é possível contestar os descontos, mas para participar da devolução dos repasses é preciso desistir de processo judicial contra a União.

A previsão do plano é devolver o valor total perdido por cada segurado, com atualização baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Conforme a proposta da AGU, após a contestação, será aberto um prazo de 15 dias úteis para a entidade associativa promover a devolução dos repasses ou comprovar com documentos a autorização específica do beneficiado para justificar os descontos.

Se for o primeiro caso, o INSS vai ressarcir o beneficiário na mesma conta na qual são recebidos os benefícios previdenciários. Caso a entidade se recuse a fazer o pagamento e falhe em comprovar a autorização para os descontos, o governo federal devolverá os valores devidos.

Crédito extraordinário

No documento, a AGU reforçou que “o Poder Executivo adotará as providências necessárias para a edição de medida provisória que assegure os recursos financeiros destinados às despesas imprevisíveis e urgentes decorrentes do cumprimento do presente pacto”.

O órgão destacou novamente a necessidade de medidas extraordinárias para resolver mais rapidamente o problema e reforçou a proposta de começar o ressarcimento no dia 24 deste mês.

Prevenção

A AGU determinou que o INSS revise e adeque procedimentos normativos a fim de prevenir novas fraudes, como promover a obrigatoriedade de autorização por biometria para os descontos e uma auditoria para os acordos vigentes.

O INSS terá 180 dias para implementar programas de educação financeira para beneficiários e preparar material específico para comunidades rurais e tradicionais.

Clique aqui para ler o acordo

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