em nome do "mito"

Desembargador concede prisão domiciliar a bolsonarista que matou petista

 

16 de fevereiro de 2025, 16h30

O desembargador Gamaliel Seme Scaff, do Tribunal de Justiça do Paraná, concedeu, em liminar, nesta sexta-feira (14/2), prisão domiciliar ao ex-policial penal federal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, condenado na quinta (13/2) pelo homicídio de um guarda municipal que fazia uma festa de aniversário com temática da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

A 1ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba havia estipulado a pena de 20 anos no regime fechado. Mas Scaff observou que o condenado está muito debilitado e com dificuldade de locomoção. Por isso, concluiu que a prisão domiciliar não colocaria em risco a sociedade ou o cumprimento da lei penal.

Marcelo Arruda, guarda municipal de Foz do Iguaçu assassinado pelo policial penal federal bolsonarista José da Rocha Guaranho

Marcelo Arruda em sua festa de
aniversário com temática de Lula e PT

No pedido de Habeas Corpus preventivo, a defesa de Guaranho havia indicado que ele faz tratamento médico especializado, pois, durante o episódio do assassinato, foi alvo de espancamentos e nove disparos de arma de fogo.

Segundo os advogados, diversos projéteis estão alojados no corpo do ex-policial penal, inclusive no crânio e na parte esquerda da massa encefálica.

Em julho de 2022, Guaranho, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiu a festa de 50 anos do guarda municipal Marcelo Arruda, que acontecia em uma associação esportiva de Foz do Iguaçu (PR).

O investigado passou de carro em frente à festa, acompanhado de mulher e filha, saiu do carro, armado, e gritou: “Aqui é Bolsonaro!”. O guarda, então, arremessou chope e pedregulhos para afugentar o invasor.

O policial penal deixou o local, mas dizendo que voltaria. Cerca de 20 minutos depois, Guaranho retornou à festa, sozinho e armado, e atirou contra Arruda, que reagiu com sua arma funcional. Os disparos do bolsonarista foram fatais.

Arruda era também diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade. Em 2020, ele foi candidato a vice-prefeito pela legenda.

Processo 0014141-32.2025.8.16.0000

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