JOGO SUJO

Google operou monopólio ilegal de anúncios, decide juíza dos EUA

 

22 de abril de 2025, 7h30

A juíza Leonie Brinkema, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Leste da Virgínia, decidiu que o Google agiu ilegalmente para manter o monopólio em alguns mercados de publicidade online. A decisão atinge uma área crucial dos negócios da gigante de busca e aumenta os problemas jurídicos que podem remodelar a empresa e alterar seu poder sobre a internet.

aplicativo do google na tela do celular

Para juíza, Google operou monopólio ilegal de anúncios

A julgadora concluiu que a companhia violou as leis antitruste em dois dos três mercados apontados pelos autores da ação: os de bolsas de anúncios (ad exchanges) e as ferramentas utilizadas por sites para vender espaços publicitários, conhecidas como servidores de anúncios (ad servers).

Apesar disso, ela afirmou que a empresa não se enquadrou na definição de monopólio em um terceiro mercado, o de ferramentas usadas por anunciantes para comprar anúncios gráficos (display ads).

Monopólio digital

O caso trata das estratégias do Google para construir seu domínio sobre o sistema que posiciona anúncios em páginas da web. O Departamento de Justiça e um grupo de estados americanos processaram a empresa, em 2023, argumentando que sua atuação era um monopólio, o que lhe permitia cobrar preços mais altos e ficar com uma fatia maior de cada venda.

“O Google engajou-se intencionalmente em uma série de ações anticompetitivas para adquirir e manter o poder de monopólio nos mercados de servidores de anúncios para editores e de bolsas de anúncios voltados à publicidade gráfica na web aberta (…) Por mais de uma década, o Google vinculou seu servidor de anúncios para editores à sua bolsa de anúncios por meio de políticas contratuais e integração tecnológica, o que permitiu à empresa estabelecer e proteger seu poder de monopólio nesses dois mercados”, escreveu a julgadora.

O governo argumentou, no processo, que o Google detinha um monopólio sobre várias tecnologias utilizadas para posicionar e remunerar anúncios. Segundo o governo, a empresa obrigava os editores a usarem seu software e conseguia ficar com uma parcela maior de cada transação devido ao seu domínio.

O caso é um entre várias disputas enfrentadas pelo Google sobre questões antitruste. Em outro, o Departamento de Justiça busca obrigar a Alphabet a vender o navegador Chrome, após vencer um julgamento histórico sobre o mercado de buscas.

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