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Professor Marinoni é homenageado na abertura das XV Jornadas do IBDP

 

18 de setembro de 2024, 20h30

Com uma carreira que se confunde com a história do Direito Processual Civil brasileiro, Luiz Guilherme Marinoni, professor titular da matéria na Universidade Federal do Paraná desde 1992, foi um dos homenageados pela comissão científica na abertura das XV Jornadas Brasileiras de Direito Processual, organizadas pelo Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP) e iniciadas nesta quarta-feira (18/9) em Curitiba (PR).

Luiz Guilherme Marinoni é homenageado em evento do IBDP, em Curitiba

A experiência do jurista com o tema o tornou referência não apenas entre brasileiros, pois atua como professor visitante em universidades da Europa e das Américas. Foi também Procurador da República no Paraná de 1989 a 1991 e, prova de sua pesquisa incansável do tema, vencedor do Prêmio Jabuti nos anos de 2009 e 2017, na categoria Direito.

“A academia me permitiu fazer muitos amigos”, declarou Marinoni, em fala de agradecimento à Medalha “Professor José Carlos Barbosa Moreira”, recebida durante a abertura das Jornadas. “O Direito Processual me permitiu participar de várias instituições internacionais, e assim fiz amigos que, apesar de geograficamente distantes são próximos por laços de afeto.”

A admiração unânime foi manifestada por dois oradores, os doutores Sérgio Arenhart e Daniel Mitidiero, que deram a dimensão da importância do jurista no desenvolvimento do Direito Processual brasileiro durante a cerimônia inaugural das Jornadas.

O professor da UFPR Sérgio Cruz Arenhart voltou aos anos 1980 para trazer casos que refletem essa representatividade. “O professor Marinoni é original, talentoso, criterioso. Eu achava que Processo Civil era uma coisa burocrática, mas, ao estudar prática forense, ele me falou das ideias que vinha desenvolvendo e aquilo me encantou de tal maneira que abandonei meus planos iniciais para me dedicar a esse estudo também. Literalmente, ele mudou minha vida. Ao mesmo tempo em que é impossível chegar perto de seu patamar, isso nos serve de inspiração”, emocionou-se o ex-aluno e colega.

Também em espírito de gratidão e reconhecimento, o professor Daniel Mitidiero lembrou que, nos idos de 1998, o professor Egas Dirceu Moniz de Aragão, que precedeu o professor Marinoni na cátedra, escreveu um prefácio de livro citando três referências da ciência processual. “A tutela inibitória é um marco nos estudos de direito processual e os escritos do dr Marinoni elevam sobremodo o conceito do Paraná e da UFPR no cenário nacional”, escreveu Aragão.

As honrarias, portanto, não deixaram dúvida do lugar ocupado pelo homenageado no patamar jurídico. O jurista não deixou de criticar o hábito das homenagens póstumas. “Uma homenagem exige afeto, beijo, abraço. Tem que ser quente, ao contrário daquelas frias quando estamos já debaixo da lápide. As homenagens em vida são aquelas que importam e espero que passem a ser algo mais frequente.”

Atuação

Mestre (1990) e doutor (1992) em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Luiz Guilherme Marinoni fez dois pós-doutorados: na Universidade Estatal de Milão, na Itália, em 1996, e na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, em 2008.

Integrou a Comissão Especial de Juristas composta na Câmara dos Deputados para analisar a proposta do atual Código de Processo Civil brasileiro, publicado em 2015. Com atuação internacional, é ainda presidente da Associação Brasileira de Direito Processual Constitucional.

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