Atuação de Teresa Arruda Alvim é comparada a show de jazz nas Jornadas Processuais
18 de setembro de 2024, 21h00
Em discurso contundente, a professora Teresa Arruda Alvim recebeu homenagem durante a abertura das XV Jornadas Brasileiras de Direito Processual, organizadas pelo Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP) e iniciadas nesta quarta-feira (18/9) em Curitiba (PR).
Um dos principais nomes do Direito Processual Civil brasileiro, a jurista destacou em sua fala que “o advogado pode querer mudar a jurisprudência, mas o processualista não pode dizer que a alteração constante é benéfica. Essa é a nossa ética”. Ela recebeu a medalha “Professor José Carlos Barbosa Moreira” e homenagens de colegas. “Temos mais de 300 palestrantes, gente do país todo nas Jornadas, talvez o evento jurídico mais importante do país”, salientou Teresa, que foi pródiga em agradecimentos ao IBDP, aos colegas, alunos e familiares.
Estudiosa da matéria, Teresa é professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e foi professora visitante da Universidade de Cambridge, na Inglaterra; Universidade de Lisboa, em Portugal; e pesquisadora na Faculdade de Direito da Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Ela foi destaque da publicação “Who’s Who in The World” e integra os principais institutos de direito processual da América Latina.
Durante a abertura das Jornadas, ela explicou por que se dedica há tantos anos ao Direito Processual Civil. “A previsibilidade das regras do jogo gera a confiança dos jurisdicionados nos poderes. O regime de precedentes e a modulação têm esse papel. O mau uso do sistema de precedentes contraria a concepção original”, alerta.
O ex-aluno William Santos Ferreira apresentou a trajetória profissional de Teresa Arruda Alvim desde sua graduação na PUC, em 1980. “Em referência ao nome do convívio familiar, muitos de seus alunos a chamam de Professora Didi, o que dá a medida de sua gentileza. Sua lousa é uma aula à parte. Sempre percebi que ela escreve à mão os principais pontos a tratar. Seu roteiro básico. Mas só. No mais, sua apresentação é como um show de jazz”.
William prossegue: “Seu estímulo e sua dedicação marcaram minha carreira e a de muitos processualistas. Teresa não ensina pondo correntes, mas dando asas”. Para ele, é louvável sua dedicação à carreira dos pais, pois ela “poderia ter seguido outros caminhos, mas permaneceu. E assim apresentou o Brasil a processualistas no mundo todo.”
Para Eduardo Talamini, uma grande virtude da jurista é sua generosidade. “Pelo espaço que nos dá, sendo cientificamente inclusiva, há quem pense que ela é nossa orientadora, mesmo quando só está nos apoiando”. E ele acrescenta como segunda virtude sua clareza, “fazendo que pareça óbvio o que antes não sabíamos”. Por fim, ele diz, ela é, acima de tudo, agregadora.
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