Sustentabilidade pode tornar Brasil protagonista no mundo, afirma Márcio Elias Rosa

O conceito de sustentabilidade deve ser uma premissa para todas as políticas de desenvolvimento econômico do Brasil, tendo em vista o seu potencial de colocar o país como protagonista produtivo no mundo.

Secretário-executivo do MDIC afirma que rotas com a Ásia são fundamentais

Essa avaliação é de Márcio Elias Rosa, advogado e secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Ele tratou do assunto em entrevista à série Grandes Temas, Grandes Nomes do Direito. Nela, a revista eletrônica Consultor Jurídico conversa com algumas das personalidades mais importantes do Direito, da política e da economia sobre os temas mais relevantes da atualidade.

“A sustentabilidade ambiental, social e econômica, como o presidente Lula sempre fala, constitui talvez a maior oportunidade da história recente para o Brasil e também o seu maior desafio, porque o Brasil pode ser um protagonista no mundo junto com alguns outros países, sobretudo aqui do Sul Global, como são os casos da Indonésia e da África do Sul. O Brasil pode oferecer para o mundo a possibilidade de produzir mais com custo reduzido e garantindo, sobretudo, a sustentabilidade ambiental”, afirmou o secretário-executivo.

“Durante muitos anos, o mundo todo escolheu o local para implantação das manufaturas em razão do custo de produção. Onde era mais barato, se produzia. Então, a Ásia do Oceano Pacífico se tornou a manufatura do mundo. É o caso da China, por exemplo. Agora nós estamos em uma virada, dizem os especialistas: não basta mais que seja barato, é preciso ser sustentável do ponto de vista ambiental. Geração de energia, economia circular, a bioeconomia, a chamada economia verde, nesses campos todos o Brasil tem grandes atributos.”

Acesso ao mercado asiático

Além da sustentabilidade, o secretário mencionou como fator fundamental para o desenvolvimento do país nos próximos anos o amadurecimento das rotas de comércio com a Ásia, o que depende de interligações pelo Oceano Pacífico.

“É importante que os nossos parceiros da América Latina tenham condições também de implantar as suas rotas com infraestrutura. O Brasil tem boas estradas, modais logísticos interessantes, e há um grande projeto capitaneado pela nossa ministra (do Planejamento e Orçamento) Simone Tebet que discute rotas de integração com o Pacífico, via Bolívia, Peru, enfim, como a própria Argentina tem uma rota lá embaixo”, disse Márcio Rosa.

“Nós temos várias alternativas para chegarmos ao Pacífico via América do Sul, mas é preciso que haja continuidade nesses países vizinhos e uma integração. O presidente Lula sempre fala isso: nós precisamos integrar a América do Sul o mais próximo possível. O Brasil pode ser a porta de entrada, e o Pacífico, a porta de saída de muito do que nós produzimos aqui. Isso é decisivo, vai reduzir custo de logística e de produção, e vai nos garantir competitividade. É óbvio que não se faz comércio exterior só com exportação, então a importação, a aquisição dos insumos também vai ficar mais barata. O Brasil precisa disso.”

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