Defensoria Pública do RS cria grupo de defesa da democracia e Estado de Direito
7 de março de 2023, 15h06
A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul anunciou nesta segunda-feira (6/3) a criação do Grupo de Atuação em Defesa da Democracia e do Estado de Direito.

O GADD, como foi batizado o novo órgão, atuará sempre que ocorrerem episódios de violação grave de direitos humanos ou restrição de garantias e liberdades constitucionais que coloquem em risco a democracia e o estado de direito.
O grupo, que já começou a atuar, é o primeiro do tipo entre as defensorias do país, segundo o órgão gaúcho.
No texto da criação do novo órgão, o Defensor Público-Geral do Estado, Antonio Flávio de Oliveira, cita o contexto das eleições presidenciais de 2022, em que as Defensorias Públicas precisaram atuar em conjunto para assegurar a livre circulação de eleitores.
O presidente do órgão destacou também os atos antidemocráticos e episódios recentes de xenofobia e violência política, "que demandam permanente acompanhamento institucional", acrescentou.
O texto também reitera a defesa de grupos vulneráveis e a promoção de direitos humanos como funções institucionais da Defensoria Pública.
O GADD atuará extrajudicial e judicialmente em defesa de direitos individuais ou coletivos.
Coordenado pelo subdefensor público-geral para Assuntos Jurídicos, Alexandre Brandão Rodrigues, o grupo é integrado por defensores públicos de atuação em diversas frentes e pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (NUDDH) e o Núcleo de Defesa do Consumidor e Tutelas Coletivas (NUDECONTU).
O grupo também poderá convocar outros defensores para colaborar em situações específicas.
Segundo o coordenador Alexandre Brandão Rodrigues, nos últimos meses a Defensoria vem sendo instada a intervir em situações de interesse democrático. Ele citou o caso do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, que teve pedido de cassação após proferir fala xenofóbica contra trabalhadores baianos resgatados em condições de trabalho sub-humanas.
"Lembro aqui a questão do passe livre nas eleições de outubro e, mais recentemente, o episódio do vereador Fantinel. Fizemos uma parceria com a Defensoria da Bahia e fomos inclusive ao Poder Legislativo reivindicar medidas contra o vereador", citou o defensor.
"Também no contexto dos atos antidemocráticos, de janeiro, contribuímos com os esforços do Conselho Nacional dos Defensores Públicos-Gerais (Condege)", acrescentou.
"Enfim, percebemos que é necessário, com os recursos e com a expertise que nós já temos, sem qualquer ampliação da máquina, nos estruturar para receber e atuar neste tipo de demanda de forma ainda mais articulada", afirmou. Com informações da assessoria de imprensa da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul.
Encontrou um erro? Avise nossa equipe!