DPU triplica atendimentos sobre moradia, migração e refúgio em 2022
23 de maio de 2023, 8h14
*Reportagem publicada no Anuário da Justiça Brasil 2023, lançado no dia 10 de maio, no Supremo Tribunal Federal. A publicação está disponível gratuitamente na versão online (clique aqui para acessar o site) e à venda na Livraria ConJur, em sua versão impressa (clique aqui para comprar).

O ministro rejeitou a tese da PGR de que conferir esse poder à Defensoria criaria desequilíbrio no sistema, já que advogados privados não podem fazer a requisição de documentos. “Delineado o papel atribuído à Defensoria Pública pela Constituição, resta evidente não se tratar de categoria equiparada à Advocacia, seja ela pública ou privada, estando, na realidade, mais próxima ao desenho institucional atribuído ao próprio Ministério Público”, concluiu Fachin.
O Supremo também reconheceu a constitucionalidade da Lei Complementar 132/2009 que criou a Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública da União nos estados-membros e estabeleceu suas competências. A relatoria da ADI 4.608 foi do ministro Gilmar Mendes.

Em entrevista ao Anuário da Justiça, o defensor público-geral interino Fernando Mauro Barbosa de Oliveira Junior afirmou que a transformação de cargos de defensor está hoje em uma fase preliminar de implantação e que, para o futuro, a atuação da DPU deve se organizar em núcleos especializados por área. “Não temos espaço orçamentário para uma expansão física da instituição, sendo que os núcleos otimizariam a nossa estrutura atual”, explica.

O defensor público-geral interino relata que, ao longo de 2022, o órgão atuou com intensidade em casos relacionados a direitos humanos por meio do sistema de Defensores Nacional e Regionais de Direitos Humanos; pela atuação dos 15 Grupos de Trabalho voltados a populações em situação de vulnerabilidade, como catadores, comunidades tradicionais, pessoas com deficiência, migrantes e refugiados; e por meio dos Comitês Temáticos Especializados, a exemplo da questão migratória na fronteira com a Venezuela (Pacaraima/RR).

No início de 2023, a DPU atuou na crise humanitária causada pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, no Amazonas e Roraima. O órgão focou em fazer alertas, pedidos de informações e solicitação de providências ao governo federal e produziu relatório com recomendações para o enfrentamento da crise. Já havia criado, em 2022, um Observatório sobre Garimpo e Efeitos Socioambientais.

Já o pedido da DPU pelo fim da proibição no país de se contratar imigrantes como vigilantes foi rejeitado, em 2022, pelo ministro Kassio Nunes Marques. Na ADPF 886, a instituição alegava que o requisito de o trabalhador ser brasileiro para atuar na profissão, previsto na Lei 7.102/1983, violava preceitos constitucionais como o de o Estado brasileiro ter como fundamento os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e também o preceito de buscar promover o bem coletivo sem preconceitos de origem.

Em 19 de maio, dia em que se comemora o Dia do Defensor Público, foi publicada no Diário Oficial da União a escolha de Igor Roque para o comando da DPU no biênio 2023-2024. A indicação do presidente Lula ainda precisa de aprovação do Senado.
Como já ocorria na gestão de Daniel de Macedo, a entidade segue em busca de mais recursos orçamentários junto ao governo federal. O chefe interino do órgão se reuniu em março de 2023 com a equipe econômica do ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT). Pediu que a nova regra fiscal do país leve em conta a situação da DPU e a falta de defensores diante da demanda que chega ao órgão.
“A Emenda do Teto de Gastos (EC 95/2016) congelou o orçamento da DPU no piso dentre todas as instituições de Estado, foi um golpe muito duro em uma instituição não raramente preterida”, reclama Fernando Mauro Junior. “Com o novo governo federal, já se pode notar uma mudança de cenário. O presidente Lula sabe da importância da Defensoria Pública da União e do direito de defesa.”
Fernando Mauro Junior afirma que o órgão teve dificuldades ao longo de 2022 ao tentar obter mais recursos. “O governo anterior sequer permitiu que a DPU movimentasse as contas de honorários recebidos em razão da própria atuação, sob o argumento equivocado de que se trataria de criação de novo fundo. Tivemos que mandar um projeto de lei (PL 3.038/2021), que ainda está tramitando na Câmara, para regulamentar a criação do comitê gestor do nosso fundo”, relata.
O orçamento da DPU, em 2022, foi de cerca de R$ 632 milhões, valor inferior a 10% do orçamento do Ministério Público da União. Em 2023, o total de recursos aprovados ficou em R$ 677 milhões.
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