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Lula troca comando da PF em 18 estados e dispensa 26 chefes da PRF

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19 de janeiro de 2023, 11h44

A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trocou, nesta quarta-feira (18/1), 18 superintendentes regionais da Polícia Federal e dispensou 26 superintendentes da Polícia Rodoviária Federal nos estados.

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Lula trocou superintendentes da PF em estados como SP, RJ e PB

As portarias foram assinadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. As informações são da Folha de S.Paulo.

Virgílio de Paula Tourinho, da unidade da Bahia, foi um dos superintendentes da PRF dispensados. Durante o segundo turno das eleições do último ano, ele chegou a ser intimado pela Justiça Eleitoral devido às operações que dificultaram o voto de diversos eleitores no estado — um reduto de Lula. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mantinha ligações próximas com a PRF e sempre prestigiava eventos da corporação.

Já na PF, uma das nomeações foi feita no Rio de Janeiro. Em 2020, o ex-juiz Sergio Moro, ao deixar seu cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, denunciou supostas tentativas de interferências de Bolsonaro na troca do comando da corporação naquele estado. Mais tarde, a própria PF concluiu que o então presidente não havia cometido crime. A Procuradoria-Geral da República também pediu ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento das investigações.

O novo chefe da PF no Rio é o delegado Leandro Almada. Na instituição desde 2008, ele já atuou como superintendente no Amazonas e na Bahia. Recentemente, foi responsável pelo inquérito sobre a tentativa de obstrução da apuração dos assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorridos em 2018.

Lula também trocou o comando da PF no estado de São Paulo, dono da maior superintendência do país. O delegado Rodrigo Bartolamei, indicado por Bolsonaro, dá lugar a Rogério Giampaolli, que já foi chefe do Comando de Operações Táticas (COT) e estava na chefia da instituição em Sorocaba (SP).

Na Paraíba, Christiane Correa Machado assumirá a superintendência. A delegada já comandou a Coordenação de Inquéritos Especiais (Cinq), que cuida de casos envolvendo pessoas com foro privilegiado nas cortes superiores. Ela participou da investigação sobre a possível interferência de Bolsonaro na PF. Também já foi chefe da divisão antiterrorismo por cinco anos e coordenou a proteção a ataques terroristas na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016.

No último dia 9/1, um dia depois dos atos terroristas antidemocráticos promovidos por bolsonaristas na Praça dos Três Poderes, Lula já havia trocado o então superintendente da PF no Distrito Federal, Cézar Luiz Busto de Souza, por Victor Cesar Carvalho dos Santos. O Ministério da Justiça afirmou que a mudança já estava nos planos.

As regras para nomeações na PF foram alteradas no último dia 4/1 pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. Até então, o superintendente precisava ser delegado com mais de dez anos de exercício no cargo e com passagem de ao menos um ano por comissão do alto escalão da corporação ou pela chefia de delegacia descentralizada. Agora, com as mudanças, basta que o servidor seja delegado da classe especial (último nível de progressão da carreira).

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