Olho da rua

Alvo de críticas, governo do DF exonera secretário de Segurança bolsonarista

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8 de janeiro de 2023, 17h23

Não adiantou o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, correr ao Twitter para condenar os atos de invasão de prédios públicos por golpistas e prometer "providências imediatas para o restabelecimento da ordem".

Wilson Dias/Agência Brasil
Anderson Torres foi ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo Bolsonaro
Wilson Dias/Agência Brasil

Horas após a invasão das sedes dos três Poderes em Brasília, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro foi exonerado do cargo pelo governador distrital Ibaneis Rocha (MDB).

A informação foi publicada inicialmente pela Globonews e confirmada pelo próprio Ibaneis nas redes sociais.

Entre o início dos atos golpistas e a exoneração, Torres ainda publicou que "é inconcebível a desordem e inaceitável o desrespeito às instituições" e que todo o efetivo da PM e da Polícia Civil atuaria com a máxima urgência.

Tratam-se das mesmas forças que, após um final de semana de intensa chegada de ônibus com manifestantes golpistas, foi surpreendida e superada nos bloqueios que montou na Esplanada dos Ministérios para impedir atos violentos.

O Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto foram invadidos e depredados. Policiais reagiram com spray de pimenta e uso de cavalaria, mas foram subjugados. O G1 ainda publicou que parte deles permaneceu parada documentando a ação golpista.

Como secretário de segurança do DF, Torres tinha à disposição o uso da Força Nacional, autorizado com antecedência pelo ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Flávio Dino. Neste domingo, o agora ex-secretário não se encontra em Brasília. Em vez disso, está nos Estados Unidos.

No início da noite de domingo, quando uma intervenção federal na segurança pública do DF já estava decretada, o governador Ibaneis Rocha publicou um vídeo com pedido de desculpas a autoridades. Ele afirmou que os movimentos golpistas estavam sendo monitorados.

"Não acreditávamos que tomariam as proporções que tomaram. São verdadeiros vândalos, verdadeiros terroristas que terão de mim o efetivo combate para que sejam punidos. É isso que queremos", disse.

"Brasília é palco de manifestações pacíficas onde pessoas merecem e têm o direito de viver em liberdade. Isso que aconteceu foi inaceitável e eu em momento nenhum vou admitir. Nós vamos até o final", acrescentou.

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