bully de aeroporto

Zanin pede condenação de bolsonarista que o hostilizou por injúria e difamação

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2 de fevereiro de 2023, 10h49

O advogado Cristiano Zanin Martins apresentou à Justiça comum do Distrito Federal uma queixa-crime por injúria e difamação contra o empresário Luiz Carlos Bassetto Júnior, que o hostilizou no Aeroporto Internacional de Brasília no último dia 11/1.

Moizes Mendes
Advogado Cristiano Zanin Martins é famoso por ter defendido Lula na "lava jato"Moizes Mendes

A queixa-crime foi proposta por Zanin em causa própria, mas também contou com o patrocínio do presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, e ainda outros 24 presidentes e conselheiros de diferentes seccionais.

Conhecido por ter atuado na defesa do presidente Lula (PT) nos processos da finada "lava jato", Zanin foi gravado, xingado e ameaçado por Bassetto enquanto escovava os dentes no banheiro do aeroporto.

No vídeo, o empresário, que é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chama Zanin de "pior advogado que possa existir na vida", "bandido", "corrupto", "safado" e "vagabundo". Ele ainda diz estar com "vontade de meter a mão na orelha de um cara desse" e sugere: "Tinha que tomar um pau de todo mundo que tá andando na rua". Ao final, um segurança suspende os ataques.

O próprio Bassetto compartilhou a gravação, que foi repercutida nas redes sociais e nos veículos de comunicação. O episódio foi prontamente repudiado pela advocacia.

Petição
Na queixa-crime, Zanin argumenta que o empresário ofendeu gravemente sua honra por meio de diversos adjetivos ofensivos, ameçou lhe causar "mal injusto e grave" e incitou outras pessoas a lhe agredirem.

O advogado lembrou que as ofensas chegaram ao conhecimento de terceiros e destacou o medo e a "desagradável sensação de poder estar na iminência de sofrer ataques de outra natureza".

Para o autor da queixa-crime, as agressões teriam motivação política. Bassetto fez alusão a Lula, ao questionar se o advogado não estaria "no aviãozinho do seu chefe".

Zanin pede uma audiência de conciliação com o agressor. Caso não haja acordo, ele pede a condenação do empresário pelos crimes e ainda o pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 150 mil para cada fato criminoso.

Os pedidos ainda incluem a juntada de certidão de antecedentes criminais de Bassetto e informações da Polícia Federal sobre suas entradas e saídas do país.

Impacto na advocacia
No documento, Zanin argumenta que as ofensas são ainda mais graves quando dirigidas a um advogado em razão da sua atuação profissional. Isso porque o comportamento atingiria não só sua honra, mas também sua liberdade para o exercício de suas funções e o próprio direito de defesa.

"Na medida em que são os advogados essenciais para garantir a proteção dos direitos fundamentais e a defesa dos interesses dos seus clientes, qualquer ataque a essa função tem um impacto significativo na sociedade como um todo", indica. Assim, o episódio também poderia minar a confiança da sociedade em todo o sistema de Justiça.

Clique aqui para ler a queixa-crime

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