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MP português promoveu escuta contra advogados do Porto para investigar hacker

28 de agosto de 2023, 15h44

O advogado Nuno Brandão, que defende o clube de futebol português Porto e funcionários da agremiação, avalia apresentar uma queixa-crime contra o Ministério Público por violação de telecomunicações, devido a escutas que tiveram como alvo seu escritório. A intenção das interceptações telefônicas era chegar a um hacker acusado de 377 crimes.

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MP interceptou ligações de advogados do clube, que avaliam queixa-crime

Brandão pediu acesso ao conteúdo das escutas em formato digital e aos metadados referentes aos números de telefone interceptados. Ele foi um dos alvos da medida do MP, junto com sua colega de escritório (que também representa o clube em alguns processos judiciais), o diretor de comunicação do Porto e um ex-árbitro de futebol que trabalhou como analista de arbitragem no Porto Canal, pertencente ao clube. As informações são do jornal português Público.

As escutas foram colocadas pelo MP em uma investigação de 2018, que buscava descobrir o responsável pela obtenção ilícita de e-mails do Benfica — clube de Lisboa, rival do Porto.

À época, o Porto Canal divulgou, em um de seus programas de televisão, e-mails trocados entre pessoas ligadas à estrutura do Benfica e terceiros, que revelavam um esquema de corrupção desportiva e tráfico de influências.

Mesmo com as interceptações telefônicas e requerimentos de informações sobre as contas bancárias do Porto, o MP não conseguiu estabelecer uma relação entre o clube e o hacker — que é acusado de promover diversos acessos ilegítimos aos servidores do Benfica.

No processo contra o hacker, o MP alega que houve passagem de informações desses sistemas do clube lisboeta para o diretor de comunicação do Porto, o que motivou as interceptações.

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