Fora de contexto

TSE proíbe campanha de Lula de associar Bolsonaro a canibalismo em propaganda

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10 de outubro de 2022, 9h17

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral, concedeu liminar para proibir a campanha do ex-presidente Lula de veicular imagens que associam o presidente Jair Bolsonaro ao canibalismo. O ministro atendeu a um pedido da coligação de Bolsonaro.

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As imagens em questão, usadas em uma propaganda de Lula, são de uma entrevista de Bolsonaro ao jornal americano The New York Times em 2016. Na ocasião, ele disse que "comeria um índio sem problema nenhum", e que só não comeu carne humana porque seus colegas não quiseram acompanhá-lo. 

Para Sanseverino, o vídeo apresenta um recorte de determinado trecho da entrevista de Bolsonaro, "capaz de configurar grave descontextualização". Na visão do ministro, houve "alteração sensível do sentido original da mensagem", justificando a retirada do ar das imagens.

Segundo o ministro, "sugere-se, intencionalmente, a possibilidade de o candidato representante admitir, em qualquer contexto, a possibilidade de consumir carne humana e não nas circunstâncias individuais narradas no mencionado colóquio, o que acarreta potencial prejuízo à sua imagem e à integridade do processo eleitoral que ainda se encontra em curso".

Na entrevista ao NYT, Bolsonaro comentava uma visita que fez a uma comunidade indígena. De acordo com seu relato, um indígena havia morrido e os outros membros do grupo iriam cozinhá-lo e comê-lo. Bolsonaro teve curiosidade de assistir, mas foi informado de que, para assistir, seria obrigado a participar da refeição. Disse que, quanto a isso, ele não teria problema nenhum, e que só não foi ver a cerimônia porque ninguém da comitiva quis acompanhá-lo.

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0601386-41.2022.6.00.0000

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