'Próximo presidente precisa ter discurso agregador', diz Barroso após votar
2 de outubro de 2022, 18h36
O ministro Luís Roberto Barroso, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, votou em Brasília neste domingo (2/10) e afirmou que o próximo presidente da República deve ter adotar um "discurso agregador".

STF
Segundo o ministro, qualquer que seja o presidente da República eleito, ele precisará procurar construir uma agenda de consensos mínimos, que possa unir as pessoas de diferentes convicções. Para ele, essa agenda deve incluir o combate à pobreza, o desenvolvimento sustentável, o respeito ao meio ambiente, a educação básica como prioridade e o investimento em ciência e tecnologia, habitação popular e saneamento básico.
O ministro comparou o Brasil a um avião, que atravessou momentos de turbulência, mas aterrissou em paz e segurança no dia da eleição. Segundo ele, o clima de tranquilidade prevaleceu sobre todas as expectativas de que hoje seria um dia tenso. "É uma conquista civilizatória as pessoas se respeitarem, mesmo na divergência".
Barroso afirmou que a democracia é, a despeito de todas as dificuldades que enfrenta, melhor do que a ditadura, caracterizada pela intolerância, pela censura e pela violência. "Já aprendemos as lições da História e já superamos o ciclo do atraso."
Ministros defendem democracia
A presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, destacou, após votar em Brasília, a importância das eleições como afirmação da vontade soberana do povo.
“Hoje é um dia muito importante para todos nós, brasileiras e brasileiros, porque é o dia em que estamos celebrando a democracia, essa democracia que nos une, apesar das diferenças, e que assegura que o povo, de forma consciente e independente, decida os destinos do nosso país”, afirmou.
O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo, manifestou-se em seu Twitter elogiando o "espírito cívico e democrático" que predominou nas eleições deste domingo.
Gilmar votou em Diamantino (MT), sua cidade natal. Ao deixar a seção eleitoral, ele afirmou que as instituições democráticas saem fortalecidas dessas eleições. O ministro reconheceu que o processo eleitoral deste ano foi agitado, mas observou que a expectativa de turbulências e violências não se confirmou até agora. “As notícias que nos chegam dão conta de uma eleição em paz. Isso é fundamental, e o importante é que o resultado também transcorra num ambiente de paz e de tranquilidade”.
Mais cedo, também pelo Twitter, Luís Roberto Barroso lembrou que o direito ao voto para todos é recente e "custou vidas, prisões e sofrimento para várias gerações" — as eleições presidenciais foram retomadas no Brasil há 33 anos. "Não acuse, não ofenda. Vote. Não desperdice esse poder. Vote consciente; faça a diferença", disse o magistrado.
Ricardo Lewandowski, que é também vice-presidente do TSE, ressaltou a importância do comparecimento às seções eleitorais para que todos "possam expressar a visão que têm do futuro do Brasil". Ele ainda disse que votou rapidamente, em Brasília, o que comprova a segurança, a adequação técnica e a eficiência das urnas eletrônicas.
Dias Toffoli ressaltou que a hora do voto é o momento em que todas as pessoas são iguais. "É talvez o único momento em que todo mundo seja realmente igual, porque o peso da pessoa mais rica do Brasil e da pessoa mais pobre é exatamente o mesmo. Por isso a importância de as pessoas comparecerem e votarem", afirmou em Brasília. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.
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