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Temas sociais vão definir resultado das urnas, diz presidente do Ipespe

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1 de outubro de 2022, 15h10

Em 1989, a deslegitimação do sistema político após o Plano Cruzado 2 abriu espaço para a vitória de Ferando Colllor. Em 2018, foi mais a “lava jato” e menos a economia que explica o triunfo de Jair Bolsonaro. Em 2022, o resultado das urnas será definido pela dimensão social no debate político.

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Lavareda aponta que eleições serão definidas pela dimensão social
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Esse é o prognóstico do presidente do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), Antonio Lavareda, em comentário à 5ª Rodada do Termômetro da Campanha, estudo nacional feito pelo órgão voltado para repercussão da comunicação das campanhas dos candidatos a presidente.

Pesquisa do Ipespe feita por telefone e divulgada neste sábado aponta o ex-presidente Lula com 49% dos votos válidos (ou seja, excluindo os votos em branco, nulos e indecisos). Como a margem de erro é de três pontos percentuais, o petista tem chance de vencer no primeiro turno. O presidente Jair Bolsonaro é escolhido por 35% dos eleitores. O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) tem 8%, e a senadora Simone Tebet (MDB), 7%.

Lavareda destaca que temas da esfera social concentram 56% das menções dos entrevistados, enquanto que aspectos econômicos (31%), violência (5%), corrupção (5%) e meio-ambiente (2%) todos ficaram abaixo.

“A pandemia ficou para trás, mas deixou efeitos duradouros. Entre eles, agravou e deu visibilidade inédita às chagas sociais do país. Os temas educação, saúde e fome atingem, no conjunto, 59% dos eleitores de Lula, que fez campanha orientada nessa direção, mas também vêm em primeiro lugar entre os apoiadores de Bolsonaro, com 50% das menções”, disse.

Para ele, os dados indicam que essa não é eleição da rejeição, nem da polarização, mas uma batalha de avaliações. “As respectivas aprovações (Lula, 56% x Bolsonaro, 36%) definem seus limites eleitorais. E onde a desaprovação de cada um (Lula, 34% x Bolsonaro, 54%) explica parte substancial das rejeições respectivas (Bolsonaro, 56% x Lula, 46%)”, afirmou.

Por fim, o presidente do Ipespe destaca, na véspera da eleição, quando a vantagem de Lula sobre Bolsonaro se mantém estável, que pesquisa eleitoral não é prognóstico. Ela não mede comportamento, o que só seria possível por meio da boca de urna.

Isso porque sistemas pluripartidários como o brasileiro, por gerarem múltiplos candidatos, abrem espaço para o famoso voto útil. Além disso, a obrigatoriedade do voto torna impossível retratar a abstenção, que não tem homogeneidade nos grupos sociais. Logo, afeta de forma diferenciada os candidatos.

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