Denúncia falha

Ex-vereador acusado de rachadinha é absolvido por falta de provas

Autor

3 de março de 2022, 21h41

O acervo probatório constituído deve ser suficiente para a formação de um juízo de certeza. E, quando existe qualquer dúvida, ela deve ser resolvida em favor dos acusados, em respeito ao princípio do in dubio pro reo.

Tingey Injury Law Firm/Unsplash
Juíza aplicou o princípio do in dubio pro reo por deficiências do acervo probatório
Tingey Injury Law Firm/Unsplash

Esse foi o entendimento da juíza Débora Cassiano Redmond, da Vara Criminal de Araucária (PR), na decisão que absolveu o ex-vereador Paulo Henrique Areias Horácio e seus ex-assessores Luiz Cláudio Both e Janine Chagas dos crimes de associação criminosa e rachadinha.

Eles foram alvo de ação penal decorrente de investigação do Gaeco-PR, que resultou na prisão de ex-prefeitos, vereadores, secretários municipais e servidores públicos do município de Araucária.

Conforme a acusação, o ex-vereador teria nomeado Denize Eloina Druciak Carpio para cargo comissionado na prefeitura municipal em troca de um pagamento mensal, prática conhecida popularmente como rachadinha.

Em delação, Denize afirmou que repassava o valor mensalmente ao vereador por meio de seus assessores. Segundo ela, um terço dos R$ 3 mil líquidos que ela recebia todo mês ficavam com Horácio.

Na audiência de instrução, contudo, a delatora, confrontada pela defesa, não soube explicar inconsistências de seu relato. Ela havia feito um empréstimo consignado para desconto em folha de pagamento e afirmou que ainda assim, após pagar o valor mensal ao vereador, ficava com R$ 2 mil.

Ao analisar o caso, a magistrada apontou a insuficiência de provas para fundamentar a condenação. "Sendo assim, em razão da ausência de convicção absoluta quanto à configuração da autoria, em observância ao princípio in dubio pro reo, deve ser reconhecida a absolvição dos acusados", determinou.

A defesa de Luiz Cláudio Both foi promovida por Maira Bianca Belem Tomasoni, Milton César Tomba da Rocha e Júlia Pacheco da Trindade e a de Paulo Henrique Areias Horácio e Janine Chagas, por Bruno Augusto Vigo Milanez, Ana Paulo Kosak e Felipe Foltran Campanholi.

Clique aqui para ler a decisão
Processo: 12754-48.2018.8.16.0025

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!