Ataques de Bolsonaro

Acusar sistema eleitoral de fraudulento é estratégia política lamentável, diz Barroso

Autor

22 de junho de 2022, 16h29

"O sistema [eleitoral] é verdadeiramente imune de fraude. E acusar o sistema de fraudulento é só uma estratégia política lamentável", disse nesta quarta-feira (22/6) o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, que foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral até fevereiro.

Nelson Jr./SCO/STF
Barroso disse que ataques de hackers não prejudicariam eleições
Nelson Jr./SCO/STF

Após participar do evento "Liberdade de expressão e democracia na era digital" na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, Barroso afirmou que é impossível evitar totalmente ataques de hackers ao sistema do TSE. No entanto, o ministro ressaltou que, para minimizar os impactos de um eventual atentado, a Corte isola completamente as urnas eletrônicas, retirando-as do sistema. Assim, mesmo se alguém conseguir derrubar o sistema do TSE, não terá sucesso em acessar o resultado das urnas e manipular as votações, declarou o magistrado.

"Nós sempre tranquilizamos a população de que os resultados das eleições saem das urnas eletrônicas quando elas imprimem o boletim às 17 horas com o resultado. Aí acabou a eleição. O resto é só fazer conta. São 6 mil municípios, dezenas de milhares de candidatos. A gente faz a totalização [dos votos] no TSE. Dá para fazer à mão, somando os boletins de urna. De modo que o sistema não é passível de fraude. Ou pelo menos não é passível de fraude cibernética, porque não tem como chegar ao sistema", garantiu Barroso.

O ministro apontou que as notícias falsas disseminadas por um candidato contra outro devem ser apresentadas à Justiça Eleitoral. O magistrado espera que as fake news contra o sistema eleitoral sejam minimizadas.

"O que nós conseguimos fazer em 2020, e espero que consigamos fazer de novo em 2022, é minimizar os ataques à integridade do sistema eleitoral, com acusações falsas de fraude, de manipulação. Isso é impossível de existir. O programa que roda na urna é validado por estatísticos, pela Polícia Federal, pelo Ministério Público. De modo que não tem como fraudar. O sistema é verdadeiramente imune de fraude. E acusar o sistema de fraudulento é só uma estratégia política lamentável", disse o ministro.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vive questionando a integridade do sistema eleitoral, muitas vezes com base em notícias falsas. Bolsonaro já declarou que não haverá eleições em outubro se o pleito não for "limpo".

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!