Opinião

Algumas palavras sobre o Dia Mundial da Religião

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21 de janeiro de 2022, 17h18

A religião, enquanto fenômeno superlativo da razão, é naturalmente antiga. Aliás, tanto quanto é antiga a humanidade e, consequentemente, o exercício da razão.

Em poucas palavras, ao menos de um modo geral, pode-se dizer com certa tranquilidade que a religião tem laços diretamente associados aos desafios da consciência, ou com os horizontes do desconhecido que fazem com que os indivíduos estruturem seu pensamento para além da imanência. É o resultado do exercício básico da razão e da busca constante de respostas a toda a realidade com que o indivíduo se depara, em especial com as circunstâncias que não encontra respostas materiais e que lhes apresenta "um horizonte de futuro", um conforto diante do desconhecido.

Em última análise, a religião não é mais do que um fenômeno de ligação entre o plano material e imaterial diante do que não se tem resposta.

A religião, portanto, seria tão antiga quanto é a compreensão racional do ser humano. E a importância de se identificar o marco temporal de conhecimento do exercício da religiosidade carrega muito mais do que um repertório da história ou um episódio do desenvolvimento da civilização, pois reconhecer e aceitar os fenômenos da natureza sem qualquer explicação material reflete uma noção de liberdade absoluta dos indivíduos. O despertar das religiões é um grito de que a prisão dos corpos não aprisiona a razão, de que o plano físico não é maior do que o plano metafísico e de que a liberdade da razão não encontra limites em correntes ou barras de ferro.

É preciso reconhecer que o exercício livre da razão é a última fronteira da liberdade, e que as religiões exercem um papel fundamental em termos de direitos e garantias fundamentais quando se trata do tema da liberdade, pois é melhor dos espelhos do exercício livre da razão.

Neste 21 de janeiro celebramos o Dia Mundial das Religiões, e no Brasil, em especial, ainda festejamos o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, em homenagem à saudosa Mãe Gilda, do terreiro Ilê Abassá de Ogum (BA). É, sim, dia de celebrar as religiões, a tolerância e o respeito ao próximo.

Importante recordar sempre, como feito por São João Paulo II, quando ainda papa da Igreja Católica Apostólica Romana, que às vezes a verdade pode estar em outro lugar, orientando que é necessário conferir a todos o direito ao exercício livre da sua religiosidade, pois que ao criar limites à liberdade de um, estar-se-á sendo criado um limite à própria liberdade, pois tanto no próximo quanto ti o exercício da razão é o mesmo, igual, humano.

Viva as religiões, viva a liberdade!

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