Defensoria pede afastamento de servidores após agressões a internos
13 de dezembro de 2022, 21h31
A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul pediu nesta terça-feira (13/12) o afastamento de quatro servidores da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul (Fase) acusados de agredir adolescentes que cumpriam sanções disciplinares em uma comunidade socioeducativa localizada na Vila Cruzeiro, zona sul de Porto Alegre.
Imagens captadas pelo sistema de monitoramento da fundação mostram servidores agredindo um interno algemado com uma cabeçada, empurrão, socos e xingamentos.
Além disso, em relatos colhidos no começo deste mês, os adolescentes disseram ter sofrido ameaças e agressões frequentes na unidade, que abriga mais de 20 socioeducandos.
Um dos adolescentes disse ter sido agarrado pelo pescoço enquanto estava sentado e algemado no setor de atendimento especial. Disse ainda que, caso reclamasse, seria amarrado a uma maca e receberia injeções com remédios.
Outro interno disse que ouviu dos agentes que seria "quebrado a pau" e que na unidade "não existe socioeducação, é cadeia". Em outro depoimento, um adolescente disse que era tratado "igual a bicho" e que seria colocado na posição de "porquinho", com as mãos e pés amarrados para trás.
Segundo os defensores públicos Rodolfo Lorea Malhão, Paula Simões Dutra de Oliveira e Fernanda Pretto Fogazzi Sanchotene, um adolescente tentou se suicidar após ter ficado sob custódia dos servidores.
Além do afastamento, a Defensoria Pública requereu a interdição da unidade, a suspensão do encaminhamento de jovens ao setor de atendimento especial e o pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 500 mil.
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