especialização concreta

SP tem vara exclusiva para execuções criminais de pessoas do gênero feminino

Autor

10 de agosto de 2022, 21h59

No âmbito criminal, as penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e medidas de segurança têm acompanhamento e fiscalização feitos pelas Varas das Execuções Criminais (VECs). Uma dessas Varas na cidade de São Paulo tem competência singular e inovadora para os processos de pessoas do gênero feminino: a 2ª Vara das Execuções Criminais, criada em 2007.

Reprodução
ReproduçãoSão Paulo tem Vara só para execuções criminais de pessoas do gênero feminino

Ao longo dos anos, a unidade sofreu algumas mudanças de competência. Em julho e 2021, a Resolução 852/21 promoveu nova alteração, ficando a 2ª VEC responsável pelo processamento das execuções criminais das penas privativas de liberdade em regime aberto, livramento condicional, suspensão condicional da pena (sursis), penas restritivas de direitos e os feitos que envolvam acordos de não persecução penal relativos às sentenciadas.

Atualmente, a unidade conta com 8.497 processos de execução criminal de pessoas do gênero feminino. "Neste primeiro momento, estamos em fase de saneamento, extinguindo os processos de execução de regime aberto e livramento condicional com penas já cumpridas. Importante ressaltar que o recorte do ‘gênero feminino’ inclui os sentenciados transgêneros femininos”, afirma a juíza Nidea Rita Coltro Sorci, titular da Vara desde sua criação.

A especialização por gênero possibilita celeridade nas ações de alcance coletivo e nos projetos dirigidos ao perfil das sentenciadas, tratamento adequado às questões próprias e peculiares comuns às mulheres em geral, mas sempre mais dificultosas quando envolvem a pessoa egressa, além de possibilitar análise efetiva de metas, resultados e reflexos sociais, bem como a possibilidade de atuação junto aos órgãos responsáveis pela implementação de políticas públicas.

Atenta ao acompanhamento das egressas, a magistrada e o juiz assessor da Corregedoria-Geral da Justiça André Gustavo Cividanes Furlan visitaram a Central de Atenção ao Egresso e Família (CAEF) – Mulher e Diversidade, inaugurada pela Secretaria da Administração Penitenciária e que oferece atendimento especializado a mulheres e pessoas LGBTQIA+.

A unidade presta apoio na saída da prisão, com a regularização de documentação, levantamento de valores recebidos pelo período trabalhado durante o cumprimento da pena e direcionamento para cursos de qualificação e vagas de trabalho. Durante a visita, foi discutida a possibilidade de novos projetos em parceria com a VEC, como o direcionamento para postos de atendimento especializados no gênero feminino e otimização da rotina do cartório judicial. Com informações da assessoria de imprensa do TJ-SP.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!