Da boca pra fora

Ataques de Bolsonaro são retórica vazia e política de palanque, diz Barroso

Autor

9 de setembro de 2021, 11h09

Para o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, já está ficando cansativo ter de repetidamente desmentir declarações falsas dadas pelo presidente Jair Bolsonaro em relação ao processo eleitoral brasileiro. Nesta quinta-feira (9/9), ele rebateu os ataques feitos na terça (7/9), no feriado da independência.

Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
No 7 de setembro, Bolsonaro voltou a atacar TSE e questionar sistema eleitoral
Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

"É tudo retórica vazia contra pessoas que trabalham sério e com amor ao Brasil. Retórica vazia, política de palanque", disse Barroso, que citou seis afirmações feitas por Bolsonaro em um carro de som na Avenida Paulista em São Paulo.

Na ocasião, o presidente disse "aos canalhas que querem me tornar inelegível em Brasília" que só Deus o tira de lá. Voltou a atacar a urna eletrônica e afirmou que "não é uma pessoa do Tribunal Superior Eleitoral que vai nos dizer que esse processo é seguro e confiável". E ainda disse que não pode participar "de uma farsa como essa patrocinada ainda pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral".

Nesta quinta, Barroso repetiu os argumentos que têm servido como um mantra, a atestar a legalidade do sistema eleitoral, a confiabilidade das urnas e a inexistência de indícios mínimos de qualquer existência de fraude desde sua implantação, em 1996.

"Hoje em dia, salvo os fanáticos, que são cegos pelo radicalismo, e os mercenários, que são cegos pela monetização da mentira, todas as pessoas de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história."

Destacou que, graças ao momento político conturbado, o país se tornou alvo de "chacota e desprezo mundial", e que a marca Brasil está mais desvalorizada que a moeda Real, em um amplo desprestígio.

"A falta de compostura nos diminui perante nós mesmos. Não podemos permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral que estamos vivendo", disse o presidente do TSE. "Com a benção de Deus, um presidente eleito democraticamente pelo voto popular tomará posse no dia 1º de janeiro de 2023. Assim será", concluiu.

O TSE também divulgou as portarias que instituem a Comissão de Transparência das Eleições e o Observatório da Transparência das Eleições, medidas de transparência tomadas pela corte após a derrota da PEC do voto impresso no Congresso.

A Comissão de Transparência terá liberdade de acesso e movimento dentro do tribunal para ajudar no planejamento de medidas de transparência, além de fiscalizar e acompanhar cada etapa do processo.

É composta por membros do Congresso, do Tribunal de Contas da União, das Forças Armadas, da Polícia Federal, da OAB, do Ministério Público Eleitoral e da sociedade civil, entre especialistas e estudiosos.

Clique aqui para ler a portaria
Clique aqui para ver a composição da comissão

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!