Defesa das instituições

Comunidade jurídica rechaça narrativa de golpe após atos do 7 de setembro

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8 de setembro de 2021, 12h49

A comunidade jurídica continua se manifestando nesta quarta-feira (8/9) sobre as manifestações públicas que ocorreram no país neste 7 de setembro (Dia da Independência).

Egberto Nogueira/Ímã Foto Camera
O dia da Independência foi marcado por manifestações a favor de Bolsonaro
Egberto Nogueira/Ímã Foto Camera

Em uma nota conjunta, sete entidades afirmaram que têm absoluta confiança na estabilidade do sistema jurídico brasileiro, "certas de que a solução de divergências e a busca da paz social ocorrerão pela legítima atuação das instituições democráticas, respeitada a autoridade do Poder Judiciário e sob o devido processo legal".

Independentemente de ideologias, a observância da Constituição de 1988 é imperativo do Estado de Direito, ao qual todos os poderes e as autoridades estão submetidos, pontuou a nota.

"A advocacia acredita na harmonia entre os poderes e seguirá firme no cumprimento do seu papel constitucional, contribuindo para que a sociedade, unida, faça valer os fundamentos, os objetivos e os princípios da República Federativa do Brasil", escreveram as entidades.

As entidades que assinaram a nota foram a Associação dos Advogados de São Paulo; a Associação Brasileira de Direito Financeiro; o Centro de Estudos das Sociedades de Advogados; o Instituto dos Advogados Brasileiros; o Instituto dos Advogados de São Paulo; o Movimento de Defesa da Advocacia e o Sindicato das Sociedades de Advogados dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Celso Mori, sócio do escritório Pinheiro Neto, também se posicionou sobre as manifestações. "Faltam mais do que longos 12
meses antes das eleições, nas quais está evidente que Bolsonaro será derrotado. É muito tempo de agonia para um sujeito superficial e imediatista como ele."

Para o advogado, se esse raciocínio estiver correto, o golpe é o único caminho na perspectiva de Bolsonaro. E o crescente desafio às instituições não deixa caminho de volta. "Os fanáticos seguidores não querem e não admitem caminho de volta", disse Mori.

"Acho que quando essa tentativa se consumar, a parte racional das Forças Armadas vai ter uma opção muito fácil: escolherá um ex-tenente, saído do Exército com desonra, ou um general reformado, com visão estratégica e capacidade de articulação, que foi igualmente eleito?"

Nicholas Mello, por sua vez, acredita que não haverá golpe, pois as Forças Armadas, como instituição, estão se comportando muito bem e de acordo com nossas leis.

"Para a esquerda radical o impeachment de Bolsonaro será péssimo, eles apostam no desgaste para terem Lula forte em 2022. Tanto com Lula, como com Bolsonaro teremos um país dividido e não unido. Precisamos de alguém que una ao invés de dividir. O petismo e o bolsonarismo são irmãos. Não basta ter um bom plano de governo, mas também saber passar a mensagem", observou Mello.

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