Consultor Jurídico

Tributaristas lançam obra sobre os 25 anos da Lei Kandir

13 de outubro de 2021, 10h14

Por Redação ConJur

imprimir

 Para marcar os 25 anos completados neste mês da Lei Complementar n° 87, de 1996 , estudiosos do Direito Tributário se reuniram no livro "25 anos da Lei Kandir: questões controversas do ICMS", para perpetuar questões polêmicas vinculadas à sua aplicação.

Reprodução
Reprodução

A lei foi concebida pelo Congresso em atendimento ao artigo 146, incisos I, II e III, alínea "a" da Constituição Federal, e teve como papel principal estabelecer normas gerais em relação ao ICMS, principal tributo dos Estados, definindo o seu fato gerador, base de cálculo, e os contribuintes, além de ter tentado dispor sobre os "aparentes" conflitos de competência havidos em matéria tributária entre a União, mais especificamente em relação ao IPI, os estados relativamente ao ICMS, e os municípios no que tange ao ISS.

"A referida norma, privilegiando um postulado de comércio internacional de que não se 'exporta tributos', também inovou, mediante permissivo constitucional, e desonerou de forma ampla e irrestrita as operações que destinem bens e mercadorias ao exterior, e que após a advento da EC n.° 42/2003 foi erigida à condição de imunidade constitucional (artigo 155, § 2.º, inciso X, alínea 'a' da CRFB)", destaca Daniel Dix Carneiro, diretor da ABDF (Associação Brasileira de Direito Financeiro) e um dos coordenadores da obra.

Dix coordenou a elaboração da obra ao lado dos professores Juselder Cordeiro da Mata e Valter de Souza Lobato, e conta com mais 25 autores. O prefácio ficou a cargo da jurista Misabel Abreu Machado Derzi.

O livro surgiu da ideia de reunir grandes autores para discorrer sobre a lei que regulamentou a aplicação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).

Para Dix, uma das maiores questões controversas do ICMS que tiveram destaque no livro foi tentativa de se adotar um conceito de crédito financeiro em contraponto à ultrapassada concepção de crédito físico para fins de apropriação de crédito de ICMS. "A tentativa não foi bem-sucedida face à ausência de definições claras sobre o que seja material intermediário e de uso e consumo", pondera o advogado.

O livro também aborda a ausência de normas claras para fins de evitar o conflito de competência entre ICMS, ISS e IPI e a não compensação adequada pela União aos Estados pelas perdas financeiras decorrentes da desoneração das exportações o que somente foi possível a partir do advento da LC 176/2020. Além disso, a falta de previsão de mecanismos eficientes que permitam os contribuintes exportadores de realizarem eventual saldo credor acumulado, dentre outras questões.

A obra está disponível aqui, no site da Arraes Editores.