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Advogados dos EUA querem preservar hábitos adquiridos durante epidemia

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9 de outubro de 2021, 7h52

Um estudo recente da FlexJobs revelou que 65% dos advogados dos EUA, que trabalharam remotamente durante a epidemia de coronavírus, querem preservar os hábitos e o estilo de vida que adquiriram durante o tempo em que foram obrigados a trabalhar de casa.

Unplash/Yasmina H
Unplash/Yasmina H

Mais surpreendente do que isso, 58% dos advogados entrevistados declararam que irão buscar outro emprego, se não lhes for permitido trabalhar remotamente, como vem (ou vinham) fazendo até agora.

Há razões convencionais — e nem tanto — para isso. Entre elas, a economia de tempo e dinheiro, especialmente com viagens de ida e volta para o escritório ou para visitas aos clientes — e economia de outras despesas, como as feitas com refeições.

A advogada Gabrielle Hartley, especializada em divórcio e autora do livro "Better Apart" (Melhor Separados), se recusou a voltar para o escritório — por causa do tempo perdido com deslocamentos —, preferindo desfrutar o conforto de sua residência.

Ela disse ao jornal da ABA (American Bar Association) que seus clientes respondem mais positivamente quando se reúnem virtualmente. "Aprendi durante a pandemia que casos de alto conflito entre as partes são mais fáceis de resolver quando elas não estão presentes fisicamente durante as discussões".

Há uma vantagem adicional, ela disse: "A reunião virtual evita as interações agressivas, muitas vezes ameaçadoras, sempre desconfortáveis, no estacionamento do prédio em que a reunião presencial é feita".

O advogado John Berry Jr. disse ao jornal que, agora, pode fazer mais reuniões com clientes ou com colegas de trabalho durante o dia, por meio de aplicativo de videoconferência. Não perde tempo com deslocamentos e com congestionamentos. "Há uma grande economia de tempo, que me permite interagir mais com os clientes, com os colegas e com a família".

Alguns escritórios voltaram a funcionar, mas em um modelo híbrido. As bancas Perkins Coie e Womble Bond Dickinson, por exemplo, reduziram significativamente seus espaços, expandiram o trabalho remoto, de forma que os advogados passaram a frequentar o escritório por menos tempo.

A advogada Elizabeth Ricci, sócia administrativa da banca Rambana & Ricci, disse ao jornal que o escritório voltou a ser povoado há alguns meses, mas não tem recebido clientes para reuniões. Elas continuam a ser feitas virtualmente. A banca instalou uma espécie de cofre no exterior do prédio, para os clientes deixarem ou apanharem documentos.

Além disso, como nas reuniões virtuais as pessoas só se veem da cintura para cima, ela só se veste mais formalmente da cintura para cima (mas seu marido e sócio veste o terno, todos os dias). "Foi uma prática que funcionou bem durante a pandemia. Por que não mantê-la?".

O advogado John Berry Jr., que voltou a trabalhar alguns dias no escritório, também tem uma razão não convencional para preservar um hábito que cultivou durante a epidemia: a meditação.

Em casa, ele começou a praticá-la com a ajuda de um aplicativo, por 15 minutos, como uma forma de restaurar as energias e o foco. Agora, quando está no escritório e o trabalho ameaça sua saúde mental, ele tranca a porta, apaga a luz, e medita pelos 15 minutos.

A advogada Cindy Salvo, sócia fundadora da Salvo Law Firm, também quer preservar um hábito que adquiriu quando trabalhava de casa: parar, quando está estressada, e ir para o quintal tomar um pouco de sol.

Agora, no trabalho, ela está negociando com a administradora do prédio a criação de um espaço no exterior do imóvel, com uma mesa de piquenique, para ela desfrutar os dias de sol enquanto faz sua refeição ou para restaurar as energias.

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