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Jornalistas independentes da Rússia e Filipinas ganham prêmio Nobel da Paz

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8 de outubro de 2021, 12h49

A jornalista filipina Maria Ressa e o jornalista russo Dmitry Muratov venceram o Nobel da Paz 2021. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (8/10) pela Academia Sueca, em Estocolmo.

Maria Ressa e Dmitry Muratov são os vencedores do Nobel da Paz de 2021
Reprodução 

O prêmio foi concedido “pelos esforços de salvaguarda da liberdade de expressão, pré-condição para a democracia e paz duradouras”.

O Observatório de Liberdade de Imprensa da OAB manifestou sua satisfação com a escolha dos jornalistas para o prêmio.

Segundo o grupo, o reconhecimento da relevância da liberdade de expressão para a paz mundial é um alerta para todos aqueles que militam pela sua supressão, em especial governantes que insistem em ameaçar e vilipendiar a honra de jornalistas e profissionais de comunicação.

Os dois jornalistas ajudaram a fundar veículos de comunicação independentes em seus países e vão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas. 

Muratov é editor-chefe do jornal investigativo russo Novaya Gazeta, que desafiou o Kremlin sob comando do presidente russo, Vladimir Putin, com investigações sobre irregularidades e corrupção e cobriu intensamente o conflito na Ucrânia. O jornal já teve seis jornalistas assassinados.

Maria Ressa é cofundadora e diretora-executiva da Rappler, uma empresa de mídia digital de jornalismo investigativo nas Filipinas, que denuncia o abuso de poder, o uso da violência e o crescente autoritarismo em seu país.

“São representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal em um mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas”, disse a presidente Berit Reiss-Andersen do Comitê norueguês do Nobel em uma entrevista coletiva.

Ela ainda destacou que o jornalismo livre, independente e baseado em fatos serve para proteger contra o abuso de poder, mentiras e propaganda de guerra.

Jornalistas não recebiam o prêmio desde de 1953, quando o alemão Carl von Ossietzky ganhou por revelar o programa secreto de rearmamento de seu país no pós-guerra.

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