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Relatório aponta causa do rompimento de barragem Brumadinho

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4 de outubro de 2021, 21h46

A pedido do Ministério Público Federal, o  Centro Internacional de Métodos Numéricos en Ingenieria (CIMNE), vinculado à Universitat Politécnica de Catalunya (UPC), estudou as causas do rompimento da Barragem  de Brumadinho (MG).

Presidência da Republica
Estudo aponta que rompimento ocorreu por conta do fenômeno de liquefação
Presidência da Republica/Divulgação

O processo de produção do relatório de 500 páginas foi acompanhado por peritos da Polícia Federal e consultores técnicos independentes. O documento foi entregue nesta segunda-feira (4/10) ao MPF.

Segundo o relatório, a ruptura da barragem ocorreu por conta do fenômeno da liquefação. "É incontroverso que o rompimento da Barragem I envolveu o fenômeno do fluxo por liquefação. A liquefação é um processo associado ao aumento da poropressão, pelo qual a resistência ao cisalhamento é reduzida à medida que a tensão efetiva no solo se aproxima de zero. Apenas materiais contráteis estão sujeitos à liquefação. A liquefação está intrinsecamente relacionada ao comportamento frágil não drenado do solo", diz o relatório.

Para chegar a essas conclusões, o CIMNE/UPC fez diversas simulações: foi desenvolvido um modelo numérico o mais próximo possível da realidade e as informações disponíveis da barragem foram examinadas criticamente, incluindo a história da construção da barragem, registros pluviométricos (com extensão de mais de 40 anos) e movimentações de superfície da barragem nos anos imediatamente anteriores ao rompimento.

O relatório aponta que "a maioria dos rejeitos da barragem eram fofos, contráteis, saturados e mal drenados e, portanto, altamente suscetíveis à liquefação". A caracterização geotécnica dos rejeitos foi considerada essencial para viabilizar um modelo computacional verossímil, razão pela qual foi feita uma nova e abrangente campanha de coleta de amostras e testes de laboratórios, cujos resultados foram considerados em conjunto com os dados obtidos anteriormente.

O documento também cita o grave incidente ocorrido durante a instalação de um dreno, em junho de 2018, que resultou em vazamentos visíveis de lama em vários pontos da barragem, mas que foram contidos. Esse incidente provocou um aumento local e temporário nas pressões da água e algum abatimento na barragem. Registros sismográficos sugerem que uma liquefação contida pode ter ocorrido na época. Com informações do MPF. 

Clique aqui para ler o resumo do relatório em português

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