Tristeza e emoção

Órgão Especial do TJ-SP presta homenagens ao desembargador Malheiros

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17 de março de 2021, 15h09

Uma alma nobre e um coração imenso. Foi assim que os integrantes do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo se referiram ao desembargador Antônio Carlos Malheiros, que morreu nesta quarta-feira (17/3), aos 70 anos. Segundo magistrado mais antigo da Corte, Malheiros, ou Malha, como era chamado pelos amigos, atuava havia anos no Órgão Especial.

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ReproduçãoDesembargadores prestam homenagens a Malheiros em sessão do Órgão Especial

O presidente do TJ-SP, desembargador Geraldo Pinheiro Franco, abriu a sessão de hoje do colegiado com uma homenagem ao colega. Ele classificou Malheiros como um homem gentil, alegre e sempre preocupado com o próximo. "Simples e humilde, puro de coração, de uma ingenuidade eterna. Generoso, sempre tinha um olhar positivo para a vida. Veio ao mundo para semear o bem", afirmou.

Outros integrantes do OE também pediram a palavra para prestar suas homenagens. O corregedor-geral de Justiça Ricardo Anafe disse que Malheiros não desistia das pessoas e era um homem "de bem, dedicado ao bem". "Fomos amigos por mais de 40 anos. Era um grande homem e um grande magistrado", afirmou o desembargador Carlos Bueno.

Para o vice-presidente do tribunal, Luís Soares de Mello, Malheiros foi uma unanimidade e um "anjo". "O Malheiros é imortal", disse. O desembargador Ferreira Rodrigues, colega de bancada de Malheiros no Órgão Especial por muitos anos, destacou a generosidade do amigo: "Essa generosidade só me fez admirar cada vez mais esse verdadeiro exemplo de magistrado e homem".

Colegas de faculdade
Cinco membros do colegiado se formaram com Malheiros na Faculdade de Direito da USP, turma de 1973: Evaristo dos Santos, Ademir Benedito, Cristina Zucchi, Ferraz de Arruda e Aguilar Cortez. Emocionados e com a voz embargada, todos prestaram suas homenagens.

"Uma tristeza enorme me assolou quando soube da notícia. Eu o conhecia havia 52 anos. Uma pessoa afável, agradável, simples", disse Evaristo dos Santos. "Queria expressar minha tristeza pela perda do amigo, do irmão. Uma perda irreparável", completou Ademir Benedito.

Cristina Zucchi destacou o legado deixado por Malheiros, a quem chamou de "ser humano insubstituível, uma alma superior, com coração imenso": "Sua voz firme continuará ecoando em nossas memórias e corações". Aguilar Cortez afirmou que a perda é muito grande para o tribunal, mas ainda maior "para a comunidade de menos favorecidos que Malheiros sempre ajudou".

Já Ferraz de Arruda lembrou histórias do tempo de faculdade, como Malheiros imitando os professores e a convivência que ambos tiveram quando fizeram estágio em escritórios de advocacia que ficavam no mesmo prédio. "O maior predicado do Malheiros é a humanidade. O Malheiros era um ser humano, humano na mais belíssima expressão que podemos entender do que é um ser humano", afirmou.

Outras instituições
Representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e da advocacia também lamentaram a morte do desembargador. O procurador de Justiça Mario Tebet disse que Malheiros soube como poucos "compreender, respeitar e valorizar a diversidade". O vice-presidente da OAB-SP, Ricardo Toledo, afirmou que o legado deixado pelo magistrado é o "de fazer o bem".

O defensor público-geral Florisvaldo Júnior lembrou que Malheiros foi um dos grandes apoiadores da criação da Defensoria Pública de São Paulo, no início dos anos 2000: "Foi também um magistrado defensor dos direitos dos mais necessitados. Humano e amigo. O vazio que ele deixa é gigantesco, em uma proporção somente comparável ao carinho que guarda em nossas instituições".

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