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Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy é condenado à prisão por suborno de juiz

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1 de março de 2021, 15h16

Nesta segunda-feira (1º/3), o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, que governou o país entre 2007 e 2012, foi condenado a três anos de prisão por corrupção e tráfico de influência.

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Nicolas Sarkozy, ex-presidente da FrançaWikimedia Commons

Sarkozy, de 66 anos, e seu advogado Thierry Herzog teriam um pacto para troca de informações privilegiadas com o ex-juiz Gilbert Azibert. Em troca, o político teria prometido ajudar o magistrado a conseguir um cargo no Conselho de Estado de Mônaco. Os três envolvidos tiveram a mesma sentença.

O ex-presidente alegou que Azibert nunca teria obtido o cargo, mas a simples promessa já configura crime de corrupção na lei francesa. Na sentença desta segunda, o juiz ressaltou que Sarkozy tinha consciência do ato ilegal e que suas ações teriam passado uma imagem ruim do sistema de Justiça do país.

As informações negociadas seriam referentes ao "caso Bettencourt". Sarkozy havia sido acusado de ter se aproveitado da sanidade mental da empresária bilionária Liliane Bettencourt, herdeira do grupo de cosméticos L'Oréal, para conseguir doações acima do teto legal que financiassem sua campanha presidencial em 2007.

Apesar da condenação, o Tribunal Correcional de Paris decidiu que dois dos três anos estão isentos de cumprimento. O terceiro ainda pode ser convertido em prisão domiciliar ou vigilância com uso de tornozeleira eletrônica. Sarkozy tem dez dias para recorrer da sentença.

Trajetória
Nicolas Sarkozy nasceu em Paris em 1955, tornou-se advogado e ingressou na carreira política em 1980, ao ser eleito prefeito de Neuilly-sur-Seine, na Grande Paris. Permaneceu lá até 2002.

Foi também ministro do Interior no governo de Jacques Chirac, outro ex-presidente condenado por corrupção. Em 2005, Sarkozy foi responsável por respostas duras a manifestações violentas nos subúrbios de Paris.

Em 2007, chegou à Presidência, com promessas de reformas econômicas, redução de impostos e liberalização da economia. Após perder a reeleição em 2012 e também as primárias de 2016, Sarkozy se retirou da política.

O político já havia sido investigado pela acusação de ter financiado sua campanha de 2007 com recursos recebidos do governo de Muammar al-Gaddafi, ex-ditador da Líbia. Ele também enfrenta outro processo, sobre gastos irregulares na campanha de 2012, que deve ser julgado a partir do próximo dia 17.

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