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Relatório conclui que BBC enganou irmão de Lady Di por entrevista

21 de maio de 2021, 11h51

Por Redação ConJur

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Um relatório de investigação independente, conduzido pelo ex-juiz da Suprema Corte do Reino Unido John Dyson, concluiu que o jornalista britânico da BBC Martin Bashir usou métodos antiéticos e enganou o irmão de Lady Di, Charles Spencer, para conseguir a famosa entrevista com a princesa em 1995. 

John Mathew Smith/CC BY-SA 2.0
John Mathew Smith/CC BY-SA 2.0Investigação aberta em 2020 conclui que jornalista manipulou família da princesa para conseguir entrevista

Após a divulgação do relatório, o diretor-geral da BBC se desculpou publicamente pelo ocorrido e disse que a emissora "deveria ter feito um esforço maior para descobrir o que aconteceu na época". A investigação foi aberta em novembro de 2020 após acusações de que Bashir teria manipulado o irmão de Lady Di para conseguir a entrevista.

"Embora a BBC não possa voltar no tempo depois de um quarto de século, podemos fazer um pedido de desculpas completo e incondicional. O processo para garantir a entrevista ficou muito aquém do que o público tem o direito de esperar. Lamentamos muito por isso", diz o comunicado da emissora.

Segundo a investigação, o jornalista teria apresentado documentos falsos a Charles Spencer que apontavam que Lady Di era espionada e grampeada pela família real britânica. "Bashir agiu de forma inadequada e violando gravemente a edição de 1993 das Diretrizes dos Produtores sobre negociação direta", diz o relatório.

A investigação também apontou a participação de funcionários da BBC que teriam ocultado os métodos de Bashir. O irmão de Lady Di disse que, após ver os documentos falsos, convenceu a princesa a dar a bombástica entrevista em 1995, assistida por milhões de pessoas em todo o mundo.

Nela, Diana disse que sempre houve três pessoas em seu casamento com o Príncipe Charles, em referência a Camilla Parker-Bowles, então amante do príncipe e hoje sua esposa. O jornalista Martin Bashir também se desculpou pelo episódio, mas disse não acreditar que os documentos influenciaram na decisão de Lady Di de conceder a entrevista.

Em comunicado, o filho de Diana e Charles, Príncipe William, lamentou  a forma "enganosa" com que a entrevista foi conduzida: "Me traz uma tristeza indescritível saber que as falhas da BBC contribuíram de maneira significativa para sua sensação de medo, paranoia e isolamento que eu lembro dos últimos anos com ela".