A 10ª Vara Cível do Rio de Janeiro ordenou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) responda, em até 48 horas, por que não usa o número 24 nas camisas dos jogadores na Copa América. O Brasil é a única seleção da competição que adota tal prática, pulando do 23 para o 25.

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A CBF também terá que responder outras quatro perguntas formuladas pelo Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, autor da ação: se a não inclusão do número 24 nos uniformes é uma política deliberada; qual departamento da instituição é responsável pela deliberação dos números; quais as pessoas e funcionários são responsáveis pela definição da numeração; e se existe alguma orientação da Fifa ou da Conmebol sobre o registro de atletas com a camisa 24.
Na ação, o Grupo Arco Íris afirma que "o fato da numeração da seleção brasileira pular o número 24, considerando a conotação histórico cultural que envolta esse número de associação aos gays, deve ser entendido como uma clara ofensa a comunidade LGBTI+ e como uma atitude homofóbica".
O juiz Ricardo Cyfer disse que há urgência para conceder a liminar, uma vez que a Copa América é promovida no Brasil e se encerra em 10 de julho.
Segundo o julgador, "a luta da comunidade LGBTQIA+ pelo fim da discriminação contra seus membros, com o reconhecimento do seu direito a uma convivência plena na sociedade, é amplamente conhecida".
Além disso, apontou o juiz, tem ficado cada vez mais claro o importante papel que a adoção de medidas afirmativas nos esportes, especialmente aqueles que fazem parte do imaginário masculino, exercem para a luta LGBTQIA+.
"E, como no Brasil a popularidade do futebol, esporte que ainda se insere nessa tradição masculina, ainda não foi suplantada por outro, sobressai-se a importância da adoção dessas medidas no contexto das suas competições", disse Cyfer
Processo 0144078-50.2021.8.19.0001
Comentários de leitores
6 comentários
Inacreditável!
Alessandro - DF (Advogado Autônomo - Civil)
Mais uma ação esdrúxula, e, COM CERTEZA ABSOLUTA, INEPTA.
Ação Interessante
Dr. Aureliano Russo (Advogado Autônomo)
Apesar de contrariar boa parte da população brasileira, principalmente a masculina, devido ao alto grau de preconceito e homofobia nesse meio, a presente ação é oportuna e necessária.
Uma seleção brasileira de futebol, ainda mais no país do futebol, reflete nossa cultura e nossos valores. Todos os anos, centenas de cidadãos são agredidos e mortos simplesmente por sua conduta sexual, algo que diz respeito somente à vida íntima do indivíduo. Isso é inaceitável.
Já está passando da hora de se respeitar e aceitar as diferenças, e se ficar provado que o número 24 não é usado por motivos ligados à sexualidade, há lesão a direito coletivo.
Vai criticar o jogador que não escolher?
Radgiv Consultoria Previdenciária (Advogado Autônomo - Previdenciária)
Não tem nada de interessante nesta ação. Podem criar a camisa, mas quem vai escolher? A decisão não é algo pessoal subjetivo? Repito, querem impor algo que não representa a maioria, mas uma minoria que não alcança nem 1% da população mundial. Puro besteirol esta ação.
Vai criticar o jogador que não escolher?
João B. (Advogado Autônomo)
Deveriam interpretar melhor. Não se está querendo impor nada, usa a camisa quem quer.
O que se quer é saber se a camisa 24 está disponível ou não, e se não estiver, quem é o responsável por isso.
Besterol
Radgiv Consultoria Previdenciária (Advogado Autônomo - Previdenciária)
Essa ação está fadada ao insucesso. Uma grande besteira mover o Poder Judiciário para incluir um número em camisa de futebol. Daqui a pouco vão querer que um jogador trans vista a camisa da seleção mesmo não existindo tal jogador oficialmente. Quanta besteira e perda de tempo. Uma minoria que quer impor uma conduta ou ação a outros. Como diz o comentarista de futebol: que fase!!!
Comentários encerrados em 08/07/2021.
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