MPF vai recorrer ao STJ contra procurador acusado de vazar dados de operação
18 de junho de 2021, 21h33
O Ministério Público Federal demonstrou descontentamento com o trancamento da ação penal contra o procurador da República Ângelo Goulart Villela, acusado de corrupção passiva, violação de sigilo funcional, obstrução de investigação criminal e lavagem de dinheiro. Em nota, o órgão diz que levará o caso ao Superior Tribunal de Justiça.
"Diferentemente da sustentação da defesa, a mera leitura da denúncia revela que a mesma não tem como base exclusiva depoimentos de colaboradores. Basta mencionar, por exemplo, a existência de ação controlada e documentos apreendidos, medidas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal, além de depoimentos de testemunhas", diz a nota, assinada pelos procuradores regionais da República Raquel Branquinho Pimenta Mamede Nascimento, Gustavo Pessanha Velloso, José Alfredo de Paula Silva e Marcelo Ceará Serra Azul.
Villela é acusado de vazar informações da operação "greenfield", que investiga desvios em fundos de pensão, em troca de propina. Segundo o MPF, em 2017, o procurador, que atuava na operação, teria revelado informações sobre investigações envolvendo o grupo empresarial J&F.
A defesa de Villela alega que ele teria enviado apenas material não sigiloso, para tentar convencer funcionários da empresa a firmarem um acordo de delação premiada.
Em fevereiro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afastou Villela de suas funções. Já nesta quinta-feira (17/6), a Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região trancou a ação penal contra o procurador.
0045948-04.2017.4.01.000
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