Opinião

Brasília chora com o falecimento do professor Jorge Amaury Maia Nunes

Autor

  • Rodrigo Nery

    é doutorando e mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) (com ênfase em Direito Processual Civil) pós-graduado em Direito Processual Civil pela Faculdade Baiana de Direito pesquisador do Grupo de Pesquisa CNPq/UnB Processo Civil Acesso à Justiça e Tutela dos Direitos membro da Associação Brasiliense de Direito Processual Civil (ABPC) integrante e orador da primeira equipe da UnB na 1ª Competição Brasileira de Processo (CBP) e advogado.

2 de julho de 2021, 17h06

Nesta sexta-feira (2/7), Brasília chora a perda de um dos seus mais ilustres juristas, Jorge Amaury Maia Nunes. Sim, jurista de Brasília. Não por ter nascido lá, mas porque, como muitos de nós, foi adotado por ela. Como retribuição à mãe acolhedora, o professor adotou vários discípulos e mudou a história da capital brasileira, para melhor.

O professor Jorge Amaury é o mestre de gerações de juristas da nossa capital. professor da UnB, de outras instituições e advogado atuante. Durante sua trajetória teve inúmeros alunos, todos eles amplamente acolhidos por seu jeito seguro e cuidadoso de ensinar. Chegava a ser um calmante conversar com ele. A segurança que tinha passava uma sensação de tranquilidade, e isso conquistou gerações de estudantes. Era o fruto de uma vida de dedicação ao Direito.

No Direito, especialmente o Direito Processual Civil, o professor Jorge Amaury criou uma escola. Ou melhor: escolas. Infelizmente, não verá florescer em vida a última delas. Refiro-me a uma nova geração de juristas e processualistas, fruto de suas aulas a partir de 2018, especialmente as de sexta de manhã na UnB, nas quais foram debatidos os temas mais complexos da área. Conceito de processo, condições da ação, ação de direito material, nulidades, jurisdição, tudo isso foi ensinado e, principalmente, debatido nas aulas. O mestre dando espaço a simples alunos de graduação. Era isso mesmo. Debates fervorosos de igual para igual. Em verdade, a simplicidade não estava nos alunos, mas, sim, no professor, que os permitiu e encorajou a debater com ele.

Neste momento, só nos resta recordar as lembranças boas do querido mestre. Um Mestre com letra maiúscula. Avô, pai, professor e advogado. Deixará saudades para todos os que por ele foram adotados. Brasília chora, professor. Nós, por outro lado, te agradecemos. Muito obrigado!

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