Roupa nova

"Lava jato" do Rio é prorrogada para facilitar transição ao modelo de Gaeco

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31 de janeiro de 2021, 11h37

O procurador-geral da República Augusto Aras prorrogou os trabalhos da força-tarefa da "lava jato" no Rio de Janeiro até dia 31 de março, segundo o jornalista Fausto Macedo, do Estadão.

Os trabalhos deveriam se encerrar neste domingo (31/1). Atualmente, 11 procuradores estão cedidos para trabalhar sob a chefia de Eduardo El Hage.

Segundo a PGR, a extensão do prazo será usada para organizar a transição do modelo de força-tarefa para sua incorporação por um Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que também será instituído no estado.

"A solução de criar uma comissão provisória foi adotada porque a unidade optou por um 'itinerário longo' para a definição dos nomes dos integrantes do Gaeco e era necessário garantir a continuidade das investigações até lá", explica o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, no despacho administrativo que embasou as prorrogações.

A substituição das forças-tarefas por Gaecos federais espalhados pelo país é um dos principais projetos da gestão de Augusto Aras.  Assim como no Rio, o plano é substituir todas as "forças-tarefa" — nome fantasia de órgão que sequer existe no organograma do Ministério Público Federal — pelos Gaecos.

O PGR já afirmou, em diversas ocasiões, que o novo modelo vai institucionalizar o combate à corrupção, que, pelo modelo de forças-tarefa não tem coordenação centralizada e peca pela informalidade.

Os Gaecos existem há 25 anos nos Ministérios Públicos estaduais. No âmbito federal, existem há seis anos, mas a implementação nos primeiros estados só aconteceu na gestão de Aras.

Segundo um procurador, a preocupação da PGR é preservar a legitimidade do combate aos crimes de colarinho branco. A desmoralização de protagonistas e de seus métodos, argumenta, não pode comprometer o papel da instituição. Com a entrada dos Gaecos em cena, o que parecia ser projeto pessoal de algumas pessoas, passa a ser uma ação oficial do MPF, fiscalizada e controlada.

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