Tendência incerta

Greve dos caminhoneiros está mantida, mas não deve ter alcance de 2018

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31 de janeiro de 2021, 16h32

Parte das associações de caminhoneiros confirmou paralisação por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira (1º/2), mas especialistas em risco e logística não esperam uma greve nas mesmas proporções que a ocorrida em 2018, que teve alcance nacional.

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Presidente de entidade confirma greve de caminhoneiros, mas estudo aponta alcance menor do que da paralisação de 2018
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Por um lado, o presidente do Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários, Plinio Dias (CNTRC), declarou neste domingo (31/1) ao Estadão que a greve está mantida e terá duração "indeterminada", com abrangência de 22 estados. Segundo ele, a isenção do PIS/Cofins sobre o diesel cogitada pelo governo não seria suficiente para arrefecer o movimento.

No entanto, um relatório da CCI Gerenciamento de Riscos em Logística Empresarial conclui que a tendência é que ocorram paralisações pontuais. O CNTRC é só uma entre dez associações da categoria; do total, quatro confirmaram apoio à greve, e seis se posicionaram de forma contrária.

O relatório aponta ainda indícios de politização da greve, uma vez que uma das entidades representativas dos caminhoneiros é filiada à CUT. No entanto, não foi identificada nenhuma linha ideológica do movimento grevista.

Fora das associações, o estudo aponta que o principal fator que desmotivaria os caminhoneiros autônomos a se juntar em uma possível greve seria a epidemia de Covid-19 que assola o país. "Sabendo da importância do transporte para abastecer os mercados e levar as vacinas e insumos para as cidades, muitos entenderiam as consequências da greve", afirma a CCI.

Um outro levantamento, feito pela plataforma TruckPad, que reúne mais de 500 mil caminhoneiros, aponta que 73% dos profissionais pretendem aderir ao movimento grevista se houver paralisação, o que é um indício mais concreto sobre possibilidade de adesão dos autônomos.

A pesquisa foi divulgada pelo portal especializado em finanças e negócios Infomoney na última quinta-feira (28/1) e ouviu 3.000 motoristas, com 300 respostas validadas. Segundo o levantamento, 85,96% dos caminhoneiros ouviram falar a respeito da paralisação.

Ao Infomoney, o presidente da TruckPad também disse acreditar que a probabilidade de haver paralisação de fato, com alcance nacional, é "muito baixa".

Clique aqui para ler o relatório da CCI

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