O Ministério Público de Minas Gerais e o Departamento Penitenciário (Depen) divulgaram nesta quinta-feira (28/1) dados sobre a reincidência de presos que foram soltos por causa da epidemia do novo coronavírus.

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De acordo com levantamento, feito entre os dias 16 de março e 31 de dezembro de 2020, 33,65% dos detentos que foram liberados voltaram a se envolver em crimes.
As solturas ocorreram com base na Portaria 19/20, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e do Executivo local. Durante o período, 12.385 foram soltos pelo uso da medida.
Foram identificadas 11.082 ocorrências policiais envolvendo 4.167 dos liberados. O número de delitos é maior que o de libertos porque 55,54% das pessoas que foram soltas se envolveram em mais de uma ocorrência. A maior parte dos novos crimes envolve tráfico de drogas (845), furto (791), roubos (396), lesões corporais (331) e homicídios (200).
Mas nem todos os crimes foram cometidos pelos presos: no caso dos homicídios por exemplo, houve um total de 200 registros, sendo 123 homicídios consumados e 77 homicídios tentados. Entre os delitos consumados, os presos liberados foram vítimas em 76 registros e autores em 47 registros. Entre os homicídios tentados os presos liberados foram autores em 47 dos registros e vítimas em 30 dos registros.
As estatísticas detalhadas foram disponibilizadas a todos os promotores de Justiça de Minas Gerais que atuam na área criminal e de execução penal. Com base nos dados, o MP poderá solicitar a revogação das solturas e das domiciliares. Com informações da assessoria de imprensa do MP-MG.
*Notícia alterada às 15h55 do dia 29/1, para correção de informação.
Comentários de leitores
1 comentário
Estão mais bem guardados no cárcere
LeandroRoth (Oficial de Justiça)
Ou seja, dos presos soltos em 2020 só em MG em razão da covid, 47 (quarenta e sete) comprovadamente mataram alguém (isso sem contar os que não foram pegos nem descobertos).
E 76 foram vítimas de homicídio (possivelmente acertos de contas entre bandidos).
Enquanto isso, apenas 9 (NOVE) morreram de covid nos presídios mineiros, muito em razão da baixa média de idade entre os detentos.
Vê-se que a política laxante de "desencarceramento" MATOU 47 inocentes (apenas entre a minoria de homicídios elucidados) e 76 entre os próprios detentos, enquanto a covid levou a óbito apenas 9.
E continuamos exigindo de médicos, enfermeiros e demais profissionais das frente de batalha que arrisquem suas vidas todos os dias, para cumprir seu dever (mas não seria dever do preso cumprir sua pena?).
A se pensar.
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