Pedalada sanitária

MP investiga se governo de Rondônia fraudou vagas em UTI para evitar lockdown

Autor

26 de janeiro de 2021, 17h53

Reprodução
MP de Roraima investiga discrepâncias nos números levantados por comitê de crise estadual e os apresentados ao público
Reprodução

O Ministério Público de Rondônia investiga discrepâncias entre o número de leitos informados pelo governo do Estado com os que realmente estão disponíveis para a população infectada por formas mais severas da Covid-19.

Na segunda-feira (25/01), o promotor de Justiça de Defesa da Probidade Administrativa, Geraldo Henrique Ramos Guimarães, instaurou inquérito civil público para acompanhar a situação.

Segundo o MP-RO, uma possível adulteração teria sido praticada nos relatórios diários, feitos por órgãos como a Defesa Civil e a Secretaria Estadual de Saúde, para evitar que Rondônia regredisse de fase no "Plano de Enfrentamento à Pandemia".

Um dos indícios apontados pelo MP apareceu no relatório do último dia 6, que apresentou a disponibilidade de 41 leitos de UTI, com taxa de ocupação de 67,50%. Dois dias depois, o documento indicava somente 20. Ocorre, ainda segundo o promotor, que isso somente aconteceu porque foi inserido, indevidamente, 30 leitos de UTI do Cero, o hospital de campanha da zona leste da capital Porto Velho, os quais nunca estiveram disponíveis por falta de médicos.

Conforme o MP-RO, a prática, se confirmada, poderá configurar crime de falsidade ideológica, que teria contribuído para o agravamento do já caótico sistema de saúde local, podendo constituir também prática de improbidade administrativa.

No último sábado (23), a Prefeitura de Porto Velho declarou estado de colapso na saúde da capital. "O sistema de saúde de Porto Velho está em colapso. Os leitos de internação da prefeitura e do Governo do Estado estão ocupados", afirmou o prefeito Hildon Chaves. Com informações da assessoria de comunicação do MP-RO.

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!