Em dezembro de 2020 a seccional paulista da OAB-SP divulgou que iria promover o 1º Censo da Advocacia Paulista. A entidade afirmou que o levantamento tinha o objetivo de recolher e analisar dados que permitam reconhecer as necessidades dos advogados ligados à seccional.

paulista não detecta dificuldades
e anseios dos profissionais
Reprodução
A entidade afirmou que seguirá os dispositivos da Lei Geral de Proteção de Dados e outras normas aplicáveis, a fim de garantir a confidencialidade dos dados pessoais, a segurança da informação e a transparência.
O questionário apresentado, no entanto, não agradou a alguns advogados. "No primeiro momento, o censo me pareceu basicamente uma peça de propaganda. E quando abri o censo, percebi que era tudo apenas uma grande coleta de dados. Eu tenho até dúvidas sobre a sua legalidade", explica o advogado Leonardo Sica, ex-presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, diretor do Instituto M133 e doutor em Direito Penal pela USP.
"Estão pedindo as redes sociais das pessoas. Estão pedindo WhatsApp. Isso não é censo. Isso é coleta de dados. E qual o problema? É ano eleitoral e, para mim, isso é uma operação com nítido caráter eleitoral. Não é censitário saber número de WhatsApp e perfil do Instagram", afirma.
Sica também questiona os parâmetros para o uso dessas informações, que não estão claros. Segundo a resolução da OAB-SP, os dados serão utilizados pela entidade nos limites de cumprimento de suas atribuições legais.
Quem também criticou o censo da OAB-SP foi o advogado Carlos Caje Santos Silva. O presidente do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados afirmou que o questionário apresentado se atém apenas a dados cadastrais, deixando de aproveitar a oportunidade para investigar as agruras e anseios dos profissionais.
"Em nenhum momento questiona, por exemplo, se o advogado possui recursos tecnológicos para o pleno exercício da profissão (se possui computador, scanner, conectividade, webcam entre outros), em um momento que a advocacia vem passando por grandes transformações", reclamou.
Clique aqui para ler a resolução que implantou o censo
Comentários de leitores
4 comentários
A OAB é dos Advogados!
Guinther Muller (Advogado Autônomo)
A OAB neste último mandato vem perdendo a função de "ordem de advogados" a qual deve ser neutra quando se trata de ideologia política, e lamentavelmente está migrando para a "ordem dos políticos", onde é usada escancaradamente para fins menos inteligentes, que se sobressaem negativamente diante dos interesses coletivos da advocacia propriamente ditos, o que se torna ainda mais claro quando se vê um "Presidente" da OAB utilizando-se de meios administrativos para buscar dados de seus tão importantes associados com a intenção de promover atos pessoais, e que diga-se, em nada contribuirão para o crescimento da advocacia. Que a próxima eleição torne-se o marco do resgate da dignidade da nossa querida OAB/SP.
Dr. Leonardo Sica, parabéns!
Eduardo. Adv. (Advogado Autônomo)
Sim, ano eleitoral.
Sim, ao que tudo indica é coleta de dados com finalidade eleitoral.
Lamentavelmente, a OAB está servindo a projetos pessoais, individuais.
Muito desapontador.
Site tendencioso e divulgador de Fake News
Marcos Cabello Advogado (Advogado Autônomo - Internet e Tecnologia)
Este site atua de forma totalmente tendenciosa. Faz uma matéria sobre a OAB SP e não houve a instituição mas sim candidatos derrotados da última eleição, que não podem ser considerados isentos. Isso não é jornalismo é campanha antecipada contra a situação. Vamos melhorar o nível!!!!
Oab - uma menina espevitada
O ESCUDEIRO JURÍDICO (Cartorário)
A Ordem dos Advogados do Brasil, gerida pelo intelectual e autoritário Felipe de Santa Cruz Oliveira Scaletsky, agora, mais que nunca, procura utilizar como "massa de manobra" os advogados.
Possivelmente, contaminada pela política que vem do Poder Executivo, a OAB tenta encontrar-se com os seus associados, não para auxiliá-los, como apontou o advogado Carlos Caje Santos Silva ao escrever que o questionário apresentado se atém apenas a dados cadastrais, deixando de aproveitar a oportunidade para investigar as agruras e anseios dos profissionais.
"Em nenhum momento questiona, por exemplo, se o advogado possui recursos tecnológicos para o pleno exercício da profissão (se possui computador, scanner, conectividade, webcam entre outros), em um momento que a advocacia vem passando por grandes transformações", reclamou.
O brilhante Doutor Cajé acertou "na mosca".
Conheço advogados que parcelaram a anuidade e não possuem equipamento adequado para utilização no mundo eletrônico do processo.
O brilhante Roberto A. R. de Aguiar disse que o advogad "Vive contradições e paradoxos que dificultam o enfrentamento profissional do mundo. Grande parte dos advogados é pobre, mas tem de viver segundo padrões materiais e sociais consentâneos com a imagem que os advogados pensam que a sociedade tem deles. Esse problema pode gerar vidas difíceis e tensas, sempre esperando que uma grande causa venha iluminar suas vidas e decretar sua aposentadoria gloriosa "A CRISE DA ADVOCACIA NO BRASIL - Diagnóstico e perspectivas, SP, Ed. Alfa-Omega, 1999).
Comentários encerrados em 16/01/2021.
A seção de comentários de cada texto é encerrada 7 dias após a data da sua publicação.