audiência no TRF-5

Avança acordo entre Ford e trabalhadores de Camaçari

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18 de fevereiro de 2021, 20h32

A Ford e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgica, Siderúrgica, Mecânica, de Automóveis, Autopeças de Camaçari (BA) avançaram nas negociações coletivas.

Divulgação/Ford
Fábrica do Complexo Industrial Ford Nordeste, em Camaçari (BA)Divulgação/Ford

Em audiência virtual feita pelo pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, nesta quinta-feira (18/2), as partes concordaram em retomar às atividades a partir desta segunda-feira (22/2). Também devem continuar as conversas no prazo de 90 dias, com a garantia de salários para todos os funcionários, convocados ou não.

A Justiça baiana havia proibido a dispensa de funcionários da fábrica da Ford — que anunciou o fim das suas atividades no Brasil em janeiro— na cidade. O Ministério Público do Trabalho já havia definido que a montadora só poderia demitir os trabalhadores após o fim da negociação coletiva. 

Na audiência, também ficou estabelecido que os empregados convocados da Ford voltarão ao trabalho para produção das peças de automóveis após reunião desta sexta-feira (19/2), que estipulará o cronograma de retomada da produção.

Outro ponto acordado foi de que o abono das faltas injustificadas dos trabalhadores convocados desde o dia 28/1 será remetido à mesa da negociação direta, e a Ford se comprometeu a não descontar as faltas pelos próximos 90 dias. As partes também decidiram pedir a suspensão, pelo mesmo prazo, do interdito proibitório e do dissídio coletivo que tramitam na Justiça.

A Ford também prometeu canalizar esforços para convencer as empresas sistemistas do complexo a aderirem aos termos do acordo parcial e manterem seus protocolos de prevenção à Covid-19, com testagem dos empregados que retomarão o trabalho.

"Fico feliz pela forma civilizada e respeitosa como se deram as audiências, com participações livres e espontâneas e a construção de um consenso parcial para uma situação tão triste e complexa", afirmou o desembargador Jérferson Muricy, que conduziu a audiência.

A procuradora regional Carla Geovanna destacou que o MPT vem acompanhando todo o processo e acrescentou: "Na negociação direta, as partes devem buscar uma composição entre si, mas estamos abertos ao diálogo, a um acompanhamento e uma possível mediação".

O advogado Carlos Casanova, diretor jurídico da Ford, indicou que a montadora vem buscando o caminho da convergência. Os representantes do sindicato e da confederação, entre eles Júlio Bomfim, Diego Freire e Ronaldo Lima dos Santos, também ressaltaram o compromisso com o consenso e pediram cuidado especial com o emocional dos trabalhadores que vão retomar as atividades.

A audiência foi transmitida no YouTube teve mais de 3.200 acessos simultâneos. Com informações da assessoria de imprensa do TRF-5.

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