Sigilo Bancário

TRF-1 determina abertura de inquérito para apurar relatório do Coaf sobre Wassef

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4 de fevereiro de 2021, 14h26

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1, com sede em Brasília) mandou a Polícia Federal abrir um inquérito para apurar se houve desvios na elaboração de um relatório de inteligência financeira sobre movimentações suspeitas envolvendo Frederick Wassef, advogado que atendia à família do presidente Jair Bolsonaro.

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Frederick Wassef é réu em um processo
por peculato e lavagem de dinheiro
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Além disso, a corte decidiu que o documento, produzido pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, atualmente chamado de Unidade de Inteligência Financeira), é ilegal. A informação foi publicada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo.

O inquérito da PF tem por objetivo identificar os agentes responsáveis pela quebra de sigilo de Wassef, assim como os responsáveis pelo vazamento do documento.

O relatório foi produzido depois da operação que ligou Wassef a Fabrício Queiroz. O ex-assessor parlamentar do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi preso na casa do advogado em Atibaia, interior de São Paulo, em junho do ano passado.

Os desembargadores do TRF-1 entenderam que não havia hipótese legal para a expedição do documento, que teria nascido de "geração espontânea", injustificada. O Coaf, por sua vez, informou que seguiu um procedimento padrão e se baseou em comunicações de origens distintas. O Ministério Público Federal, por sua vez, recorreu da decisão que anulou o relatório.

Agora que o documento do Coaf foi anulado, o inquérito sobre o advogado aberto a partir do documento foi suspenso. Outras investigações, que começaram de formas distintas e contam com outras provas, terão prosseguimento.

Wassef virou réu em setembro, junto com outras quatro pessoas, em um processo por peculato e lavagem de dinheiro supostamente desviado do Serviço Social do Comércio (Sesc), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e da Fecomercio-RJ.

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