Operação Coliseu

Justiça Federal do CE ordena busca contra Ciro e Cid Gomes, dizem jornais

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15 de dezembro de 2021, 12h59

Por ordem do juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, da 32ª Vara Federal Criminal no Ceará, a Polícia Federal cumpriu na manhã desta quarta-feira (15/12) mandados de busca para investigar suspostas fraudes e pagamentos de propina a políticos na construção do Estádio Castelão, em Fortaleza.

André Carvalho/CNI
Conforme divulgado pelos jornais Folha de S.Paulo e Estadão, o pré-candidato à presidência Ciro Gomes e seu irmão, o ex-governador Cid Gomes, estão entre os alvos dos mandados.

Segundo as notícias, 80 policiais federais cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Meruoca, Juazeiro do Norte (CE), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA).

O magistrado determinou ainda a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Ciro, Cid e Lúcio Gomes, também irmão de Ciro e Cid, além de outros investigados.

Segundo a PF informou à imprensa, estão sendo investigados supostos crimes de lavagem de dinheiro, fraude em licitações, associação criminosa, corrupção ativa e passiva. A hipótese é de que a Galvão Engenharia pagou vantagem indevida para obter êxito na licitação do Castelão.

Ao analisar as informações prestadas pela Polícia Federal, informa o jornalista Fausto Macedo, no Estadão, "o juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida entendeu que há ‘suspeita razoável’ sobre a ‘cobrança de vantagens indevidas por parte de Cid, Ciro e Lúcio Gomes para viabilização de pagamentos de obras e serviços de engenharia, bem como para  garantir a vitória da construtora no procedimento licitatório’ ligado ao Castelão, e sobre ‘a cobrança de vantagens indevidas por Fernando Antônio Oliveira e José Leite Jucá Filho, que ocuparam o cargo de Procurador-Geral do Estado, com participação ainda do advogado Hélio Parente de Vasconcelos Filho, para favorecimento da empresa vencedora no processo licitatório’".

Em nota nas redes sociais, Ciro Gomes sugeriu que a ação é fruto de perseguição política. Leia a íntegra da manifestação:

Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade. O pretexto era de recolher supostas provas de um suposto esquema de favorecimento a uma empresa na licitação das obras do Estádio do Castelão para a Copa do Mundo de 2014. Chega a ser pitoresco. O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo. Mas não é isso. E sejamos claros. Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionados com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que NUNCA me encontrou. Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção. Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pre-candidatura à presidência da republica. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018. O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim. Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar me intimidar e deter as denúncias que faço todo dia contra esse governo que está dilapidando nosso patrimônio público com esquemas de corrupção de escala inédita. Nuca me senti um cidadão acima da lei, mas não posso aceitar passivamente ser tratado como um subcidadão abaixo da lei. Sou um homem do embate, do combate e do Direito. Essa história não ficará assim. Vou até as últimas consequências legais para processar aqueles que tentam me atacar. Meus inimigos nunca me intimidaram e nunca me intimidarão. NINGUÉM VAI CALAR A MINHA VOZ”

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