Manterrupting

PGJ de SP apresenta queixa-crime contra procuradora que o chamou de machista

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26 de agosto de 2021, 18h51

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Mario Luiz Sarrubbo, interpôs queixa-crime contra a procuradora Maria da Glória Villaça Borin Gavião de Almeida por injúria e difamação. Ela havia criticado Sarrubbo por supostas condutas machistas.

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Mario Luiz Sarrubbo, procurador-geral de Justiça de SP Divulgação

Em um grupo de mensagens de membros do MP, Maria da Glória disse que, durante uma reunião do Órgão Especial, o procurador-geral teria reagido aos berros após ser contrariado pela procuradora Juang Yuh Yu, "na tentativa de desconstituir sua fala". As informações são do portal R7.

Na mesma mensagem, a procuradora apontou que a atitude de Sarrubbo seria um "retrato de uma sórdida sociedade machista". Ela ainda associou a conduta à prática de manterrupting — a interrupção desnecessária de uma mulher por parte de um homem.

Após o episódio, Sarrubbo registrou a queixa-crime e exigiu retratação "em razão das ofensas de cunho pessoal". Seu advogado, Eduardo Reale Ferrari, afirmou que as mensagens "extrapolaram os limites do debate democrático" e atingiram a dignidade, o decoro e a respeitabilidade do procurador-geral.

Na ação, Sarrubbo alega que não houve nenhuma prática machista, mas apenas uma "enfática, porém respeitosa contraposição" ao voto da procuradora Juang durante a reunião. Já Maria da Glória argumenta que o procurador-geral teria tratado sua colega de forma diversa da dispensada aos procuradores homens.

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