Cloroquina eleitoral

Lira confirma que levará PEC do voto impresso ao plenário da Câmara

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6 de agosto de 2021, 21h10

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta sexta-feira (6/8) que irá levar a Proposta de Emenda à Constituição 135/19, que propõe tornar o voto impresso obrigatório, ao plenário da Casa.

Agência Câmara
Lira defendeu que levar a PEC do voto impresso para votação no Plenário da Câmara dos Deputados irá garantir a tranquilidade das próximas eleições
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"Infelizmente, assistimos nos últimos dias [a] um tensionamento, quando a corda puxada com muita força leva os poderes para muito além de seus limites. A Câmara dos Deputados sempre se pauta pelo cumprimento do regimento e pela defesa da sua vontade, que é a expressão máxima da democracia", disse o parlamentar.

Lira disse que a medida visa garantir a tranquilidade das próximas eleições e que o legislativo possa trabalhar em paz até janeiro de 2023. "Para quem fala que a democracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e representativo que deixar o plenário manifestar-se. Só assim teremos uma decisão inquestionável e suprema, porque o plenário é a nossa alçada máxima de decisão, a expressão da democracia, e vamos deixá-lo decidir", seguiu.

Nesta quinta-feira (5/8), a comissão especial da Câmara dos Deputados que analisava a PEC rejeitou, por 23 a 11, o texto substitutivo apresentado pelo relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR).

Após o revés governista, o presidente da Câmara já havia sinalizado que poderia levar a questão a plenário. Segundo ele, as "comissões especiais não são terminativas, são opinativas, então sugerem o texto, mas qualquer recurso ao plenário pode ser feito".

Com baixos índices de aprovação e desempenho ruim nas pesquisas eleitorais, Bolsonaro vem atacando sistematicamente o sistema eletrônico de votação, mesmo sem apresentar quaisquer provas. Isso levou o chefe do Executivo a ser incluído nas investigações do inquérito das fake news. A crise institucional levou o presidente do STF, ministro Luiz Fux, a desmarcar reunião agendada entre os chefes dos poderes e sair em defesa dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes — alvos preferenciais de Bolsonaro.

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