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Bolsonaro responde ao TSE sobre fraudes eleitorais sem apresentar provas

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4 de agosto de 2021, 15h26

Em documento enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro respondeu ao procedimento administrativo aberto em junho pela corte, com o objetivo de averiguar a ocorrência de fraudes no sistema eleitoral brasileiro, mas não apresentou provas.

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Bolsonaro tem acusado a ocorrência de fraudes nas urnas eletrônicas brasileiras
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O procedimento foi assinado pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, visando ao levantamento e à análise de elementos que possam ter comprometido a regularidade de pleitos anteriores, consoante divulgado por autoridades na imprensa". O prazo venceu na segunda-feira (2/8).

Segundo o próprio TSE, a resposta não apresentou evidências do que o presidente tem reiteradamente afirmado quanto à confiabilidade da urna eletrônica e do processo eleitoral como um todo.

De acordo com informações divulgadas pelo portal G1, o documento enviado por Bolsonaro se limitou a repetir argumentações a favor da adoção do voto impresso, tema que está em discussão no Congresso. Ele também negou o objetivo de atacar a segurança das urnas eletrônicas.

A campanha de Bolsonaro contra a segurança do sistema eleitoral brasileiro foi intensificada nas últimas semanas e culminou com live recente, transmitida pela TV Brasil, em que prometeu apresentar as provas das supostas fraudes. Em vez disso, não apenas repetiu ilações, como foi desmentido em tempo real pelo TSE.

Por causa disso, na segunda-feira (2/8) a corte eleitoral aprovou o envio de notíca-crime contra o presidente ao Supremo Tribunal Federal, para que seja investigado por divulgação de fake news; e também decidiu instaurar inquérito administrativo para investigar ataques contra o sistema eletrônico de votação e à legitimidade das eleições em 2022.

No discurso de abertura do semestre, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, alertou para o crescimento do clima antidemocrático no Brasil e afirmou que o voto impresso pode fazer mal à democracia. Não há indícios de fraude desde que o país adotou o voto em urna eletrônica, em 1996.

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