"Eu sou a Constituição"

PF desmarca depoimento de Boulos sobre tuíte que contrariou Bolsonaro

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28 de abril de 2021, 19h56

Por falta de sala em Brasília, a Polícia Federal desmarcou o depoimento de Guilherme Boulos, que está sendo investigado com base na Lei de Segurança Nacional por críticas feitas ao presidente Jair Bolsonaro. As informações são da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

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ReproduçãoGuilherme Boulos, líder do MTST

O ex-candidato a prefeito de São Paulo pelo PSol foi intimado na semana passada para depor no inquérito que apura se ele "ameaçou" Bolsonaro em postagem no Twitter, em abril do ano passado, quando o presidente da República participou de um ato em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, onde os manifestantes pediam intervenção militar. O presidente então afirmou: "Eu sou a Constituição".

A declaração remeteu a frase atribuída a Luís 14, rei da França por 72 anos no século 17: "O Estado sou eu". O líder do MTST então escreveu: "Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís 14 terminou na guilhotina…".

O presidente não gostou. Então o deputado José Medeiros (Pode-MT) representou contra Boulos no Ministério da Justiça. Por determinação do então ministro da Justiça, André Mendonça, agora advogado-geral da União novamente, a PF abriu um inquérito contra o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. E o intimou a depor.

Semana passada, assim que a notificação a Boulos foi feita, o advogado dele, Alexandre Pacheco Martins, questionou se o depoimento poderia ser virtual. A PF avisou que uma portaria obrigava que ele fosse presencial.

Nesta quarta (28/4), porém, a instituição informou que não tem sala disponível em Brasília para o depoimento, já que a cidade está em lockdown.

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