A B3, a Bolsa de Valores do Brasil, vai pagar R$ 6 milhões para encerrar uma investigação contra ela na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As informações são do Monitor do Mercado.
Além da empresa, dois de seus executivos concordaram em pagar R$ 350 mil cada um para que o processo não fosse adiante. Um deles, Cícero Vieira Neto, é hoje diretor de operações (COO) da B3. O outro, André Monteiro, é diretor de gerenciamento de risco (CRO).
A companhia e seus executivos eram alvos de um processo que investigava se a Bolsa fechou os olhos para a concentração do mercado de derivativos e de empréstimos de ações entre 2013 e 2019.
A CVM lista casos em que investidores agiram de forma coordenada para manter posições de aluguel de ações acima do permitido legalmente. E anota que a B3 não emitiu quaisquer alertas de descumprimentos de limites de posição por grupos de investidores atuando em conjunto.
Os dados disponíveis nos sistemas da B3 permitiriam facilmente observar a atuação em conjunto dos investidores de um mesmo grupo, diz a investigação. Mas nada foi feito pela Bolsa.
Legalmente, o pagamento dos R$ 7 milhões pelo acordo não significa que os acusados assumem a culpa.
Logo após a CVM divulgar o encerramento do processo, na tarde desta terça-feira (15/9), a B3 afirmou, por meio de nota, que fez, recentemente, um "aprimoramento" nos controles de limites de posições em derivativos mantidas por grupos de investidores atuando em conjunto.