Opinião

O impacto dos smartphones no meio ambiente

Autor

  • Luiz Eduardo Filizzola D'Urso

    é acadêmico de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie conselheiro titular do Conselho Regional de Meio Ambiente Desenvolvimento Sustentável e Cultura da Paz da Subprefeitura da Sé na cidade de São Paulo (Cades Sé-SP) integrante do escritório D’Urso e Borges Advogados Associados e vice-presidente da Comissão Nacional dos Acadêmicos de Direito e Estágio Profissional (Cadep) da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim).

19 de outubro de 2020, 18h11

O avanço sustentável sempre encontrará dificuldades diante de posturas eminentemente consumistas.

Nos últimos dias, assistimos à empresa Apple, após o lançamento do iPhone 12, no dia 13 de outubro, ser alvo de sátiras e críticas que ridicularizam o fato de seu novo smartphone ser comercializado sem o carregador e sem fones de ouvido. Não conseguiremos obter um avanço na preservação do meio ambiente enquanto a sociedade protestar contra situações como esta da Apple, que decidiu vender o iPhone acompanhado apenas do cabo de carregamento.

Para se ter uma ideia desse impacto, só em 2019, segundo relatório da Strategy Analytics, a Apple vendeu 197 milhões de iPhones, todos com carregadores e fones de ouvido. Ocorre que, muitas vezes, mesmo funcionando, esses assessórios podem acabar indo parar no lixo. Porém, esses resíduos eletrônicos devem ser destinados corretamente, e, se não o forem, podem causar um grande dano ao meio ambiente. Com essa mudança, a partir dos cálculos da própria Apple, deve-se evitar a emissão de duas milhões de toneladas métricas de carbono por ano, equivalente à emissão causada por 450 mil automóveis. É impressionante a grandiosidade desses índices.

Além disso, a Apple também divulgou que todos os ímãs dos iPhones 12 serão produzidos com materiais 100% reciclados. E isso não é tudo, pois a empresa elaborou estudos sobre a logística de transporte dos produtos, concluindo que, com as caixas menores, sem carregador e fones de ouvido, é possível reduzir o número de viagens do meio de transporte de seus produtos (por avião, navio ou caminhão), reduzindo as emissões de dióxido de carbono (CO2) que ocorrem com a queima dos combustíveis fósseis. A Apple não se contentou em só reduzir suas emissões de gases do efeito estufa e afirma que está também ajudando os parceiros de fabricação na transição para energia renovável.

No cenário ambiental em que nos encontramos, qualquer atitude, por mais simples que pareça ser, importa e é necessária. Na verdade, a multiplicação mundial de pequenas atitudes é imprescindível pelo impacto produzido, e quando empresas do porte da Apple tomam essas iniciativas, há de se reconhecer que a dimensão desse impacto é ainda maior, seja para a humanidade, seja para o meio ambiente.

Enquanto a questão ambiental não for levada a sério, e as empresas que estão fazendo alguma coisa para preservar a natureza não forem reconhecidas pelos seus atos, o mundo correrá grandes riscos. Devemos, portanto, mudar o pensamento e as atitudes consumistas, bem como nos preocupar e cuidar, de uma vez por todas, do meio ambiente, imprescindível para a humanidade!

Autores

  • Brave

    é acadêmico de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), membro da Liga Acadêmica Agromack, integrante do escritório D’Urso e Borges Advogados Associados, diretor Administrativo e diretor da Comissão de Meio Ambiente do Rotaract Club Universidade Mackenzie.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!