Racismo Estrutural

Após morte de João Alberto, lojas do Carrefour são alvos de protestos

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21 de novembro de 2020, 11h54

Após a morte de João Alberto Silveira Fretas, um homem negro de 40 anos que foi espancado por seguranças de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, inúmeras lojas da rede de supermercado foram alvos de protestos em todo o país nesta sexta-feira (20/11), dia da consciência negra.

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Instagram/DjongaProtesto em unidade do Carrefour em Belo Horizonte

Mais de duas mil pessoas protestaram em frente ao Carrefour onde João Alberto foi morto. Houve confronto entre um grupo de manifestantes e a Brigada Militar, que estava no interior do estabelecimento. Em cidades como Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro também houve protestos, com gritos de "assassinos" e "vidas negras importam".

Em São Paulo, manifestantes iniciaram um protesto em frente ao Masp, na avenida Paulista. Sobre o asfalto da via foi inscrita, durante a noite, a frase "Vidas Pretas Negras Importam". Os manifestantes marcharam até uma unidade do Carrefour em uma das áreas mais nobres da cidade. Eles invadiram o estabelecimento e atearam fogo no local. Vidros, grades e portas foram quebrados, e produtos foram destruídos e espalhados pelo chão. Ninguém ficou ferido.

Enquanto isso, nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro se manifestava pela primeira vez, sem citar diretamente a morte de João Alberto, nem lamentar o ocorrido. Na mesma linha do que havia dito mais cedo o vice-presidente Hamilton Mourão, para quem não existiria racismo no Brasil, Bolsonaro afirmou ser "daltônico" porque "todos têm a mesma cor".

"Não existe uma cor de pele melhor do que as outras. Existem homens bons e homens maus. São nossas escolhas e valores que fazem a diferença", afirmou o presidente. Ele disse ainda que problemas como o da violência são vivenciados por todos, "de todas as formas, seja um pai ou uma mãe que perde o filho, seja um caso de violência doméstica, seja um morador de uma área dominada pelo crime organizado".

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