Dia Internacional da Mulher

A OAB como instrumento de defesa, igualdade e respeito

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8 de março de 2020, 8h46

O 8 de Março é marcado tradicionalmente como uma data de mobilização mundial em prol dos direitos da mulher. Uma luta permanente por melhores condições de trabalho, qualidade de vida, respeito e igualdade. Assim, cabe às entidades de classe provocarem a reflexão sobre o protagonismo feminino e o estímulo a ações que incentivem igual participação em decisões políticas e administrativas nas organizações. Em meio à celebração de mais um Dia Internacional da Mulher, é preciso enfatizar alguns dos importantes avanços registrados nos últimos anos na luta pelo adequado reconhecimento feminino na área jurídica.

A Ordem dos Advogados do Brasil vem dando um importante exemplo de atuação proativa e positiva no sentido de criar um ambiente favorável à redução e eliminação das desigualdades de gênero. A OAB tem sido um instrumento de apoio para o alcance de diversas das recentes conquistas no que tange à realidade social e profissional das mulheres, que hoje representam quase 50% dos inscritos nos quadros da entidade.

Um importante passo foi a criação da Comissão Nacional da Mulher Advogada, em 2013. O grupo, na época, foi presidido pela advogada Fernanda Marinela, que depois foi eleita presidente da seccional de Alagoas e, hoje, representa a advocacia no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), já consolidada como importante líder da classe.

A comissão promoveu mutirões em penitenciárias femininas em todo o país. São locais em que a situação das mulheres presas, muitas delas em período de gestação ou amamentação, chega a ser degradante e subumana. Outra frente de trabalho teve foco na valorização da mulher advogada. Construir uma advocacia forte depende, em muito, do respeito às mulheres que exercem a profissão em ambientes ainda predominantemente masculinos.

A gestão do ex-presidente nacional da OAB Marcus Vinicius Furtado Coêlho teve, em 2014, a aprovação da participação obrigatória de pelo menos 30% de mulheres na composição de chapas para disputas aos conselhos Seccionais da OAB e ao Conselho Federal. Uma iniciativa histórica e fundamental para valorização da mulher e para fortalecer de forma efetiva a participação feminina.

Em 2015, criou-se o Plano Nacional de Valorização da Mulher Advogada. Nele, foi instituída, por meio de diretrizes, a defesa das prerrogativas das mulheres no exercício da advocacia. Isso ocorreu, entre outras formas, por meio da criação de manuais de orientação sobre igualdade de gênero, pelo diálogo com instituições para humanizar as estruturas judiciárias voltadas às advogadas e pelo apoio ao desenvolvimento de cursos de capacitação e a concessão de benefícios próprios — principalmente em relação às mães.

Também em 2015, foi realizada a primeira Conferência Nacional da Mulher Advogada, que chegou à terceira edição em março de 2020, voltada ao debate e ao fomento à participação feminina em nossa entidade. A Carta de Maceió, que condensou o espírito da primeira conferência, entre outras diretrizes, consignou como compromisso da OAB de apoiar e fortalecer o “Movimento Mais Mulheres na Ordem” para a efetivação da participação e representação das mulheres advogadas em todos os órgãos que integram a Ordem. Também foi fixado entre os compromissos da instituição, que é a maior da sociedade civil brasileira, atuar em projetos de combate à violência contra a mulher.

Em 2017, o então presidente Claudio Lamachia lançou o Censo da Mulher Advogada com o objetivo de mapear e traçar o perfil da mulher advogada brasileira. Com a utilização de dados e números, tornou-se possível direcionar o trabalho para atingir resultados mais efetivos às questões e ao atendimento das demandas das mulheres.

Em 2019, a OAB aprovou a proibição de que bacharéis envolvidos em casos de violência doméstica e contra idosos, crianças e deficientes possam obter a inscrição na Ordem. Uma iniciativa histórica da gestão do atual presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz.

Portanto, reafirmo que este é um dia não apenas de comemoração, mas para reflexão. A OAB, como protagonista da defesa da mulher e das questões de gêneros, avança no tema da igualdade não para exterminar diferenças, mas para respeitá-las. Para garantir dignidade e oportunidades igualitárias a homens e mulheres.

Por fim, desejo um feliz dia Internacional da Mulher a todas as brasileiras — principalmente às colegas advogadas — e passos firmes na OAB rumo a um caminho de igualdade e participação paritária.

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