"Lição cívica"

Sergio Moro pede divulgação da íntegra do vídeo de reunião presidencial

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13 de maio de 2020, 15h10

Com o argumento de que o registro da reunião presidencial de 22 de abril não revela segredo de Estado que possa causar incidente diplomático ou colocar em risco a segurança nacional, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro pediu, nesta quarta-feira (13/5), que o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello torne pública a íntegra do vídeo. Se isso não for possível, requereu o levantamento do sigilo de todas as falas do presidente Jair Bolsonaro na sessão.

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Sergio Moro alega que Bolsonaro quis interferir na PF para proteger aliados
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na reunião, Bolsonaro defendeu trocas no comando da Polícia Federal para evitar que familiares e amigos fossem “prejudicados” por investigações, segundo o jornal O Globo. A interferência de Bolsonaro na corporação fez com que Sergio Moro deixasse o governo.

Celso de Mello pediu, nesta terça (12/5), para os representantes de Jair Bolsonaro e de Sergio Moro opinarem sobre a possibilidade de levantamento do sigilo da gravação de reunião ministerial. 

Após assistir à íntegra do vídeo nesta terça (12/5), Moro, representado pelo advogado Rodrigo Sánchez Rios, pediu que o decano do Supremo torne público todo o vídeo. Ele argumentou que os presentes não revelaram assuntos confidenciais que possam prejudicar o país.

E o fato de alguns ministros terem feito declarações potencialmente ofensivas não justifica a manutenção do sigilo, disse o ex-juiz. Isso porque elas não foram feitas em ambiente privado. Conforme O Globo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu a prisão dos ministros do STF, e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, recomendou a detenção de governadores e prefeitos.

Como a reunião foi um ato oficial de governo, a divulgação integral de seu registro será uma “verdadeira lição cívica”, afirmou Moro. Afinal, permitirá que não só a Justiça, mas também a sociedade civil analise as declarações de integrantes da gestão Bolsonaro.

Além disso, o ex-ministro da Justiça sustentou que o vídeo possibilita verificar que Bolsonaro o atacou pelo fato de ele não ter apoiado a interferência na PF e as manifestações contrárias ao isolamento social para combater o coronavírus.

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Inq 4.831

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